tag:blogger.com,1999:blog-22445700622876887842024-03-13T23:01:15.033-07:00Laricando Porto AlegreUm blog sobre a Junk-Food portoalegrense, em especial ao Xis.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-46819875801449874732015-01-07T12:48:00.002-08:002015-01-07T12:48:09.602-08:00OS MELHORES LUGARES ONDE COMER EM PORTO ALEGRE 2014 (E O QUE COMER NELES)Exatamente isso, sem frescurinha. Aqui estão os melhores lugares pra se comer no Portinho, e uma sugestão de pedido. Não tem ranking, não tem ordem, só vai. Reclamações na puta que vos pariu.<br />
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-The Raven (<a href="https://www.facebook.com/TheRavenRestaurant">fanpage deles</a>)</h3>
<br />Todas as informações de localização et cetera estão no link acima. Restaurante balaquento de comida internacional que delivers fully. Apelidado de "entrou, transou", a comida é muito sexy e é um lugar ótimo pra um date (sente do lado de fora, dentro pode ser barulhento), e também pra ir com os amigos (sente dentro). Não custa mais de 90 reais por pessoa, o que é bem em conta considerando o fato que sua foda é praticamente 100% garantida.<br /><br />O que comer: Picanha de Cordeiro com Frutas Vermelhas e purê de batata com chocolate branco, puta que pariu é bom demais. Quem não tá a fim de balaca pede o entrecot Raven. Pra beber, peça uma recomendação de vinho ou manda uma Paulaner weiss (as mina adora). Sobremesa creme brulée ou tiramisu.<br /><br /><h3>
-Cia da Picanha (<a href="https://www.facebook.com/ciapicanha">fanpage deles</a>)</h3>
<br />No lado negro da Lima e Silva, e bem escondidinho, está um dos melhores restaurantes sem-frescura da cidade. Fico até ressabiado em postar ele aqui porque o Yog, que me mostrou, pediu pra manter sigilo. No cardápio, picanha, filé, frango frito, e massas, e mais polenta, batata frita, e aipim frito. Abarca todas as variações de a la minuta: arroz, salada, feijão, a porra toda. Um pouco caro se comparado aos demais lugares de a la minuta, mas sinceramente vale a pena.<br /><br />O que comer: Picanha com polenta. Isso mesmo, só a picanha e a polenta. A polenta é de morrer. A picanha não fica atrás. Uma porção de picanha com polenta serve super bem uma pessoa comilona.<br />
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<h3>
-Lancheria do Parque (<a href="https://www.facebook.com/pages/Lancheria-do-Parque/204871592859530">algo assemelhado à uma fanpage</a>)</h3>
<br />Já abordei a Lancheria <a href="http://gfloco.blogspot.com.br/2009/07/lancheria-do-parque.html">seis anos atrás</a>, e continua basicamente a mesma coisa. Mas eu realmente queria recomendar um prato que é talvez a melhor coisa pra se comer na cidade inteira.<br /><br />O que comer: O Filé a Pé, mais dois ovos extras. O filé a pé é um baita dum filezão com batata frita e arroz, e dois ou três ovos, sobre os quais se pede mais dois. É tudo perfeito. Perfeito mesmo. Deve ser comido em duas pessoas. Pra beber, laranja batido. Sério, VÃO LÁ E COMAM O FILÉ A PÉ.<br /><br /><h3>
-Sorveteria Bellona (<a href="https://www.facebook.com/BellonaSorvetesArtesanais">fanpage deles</a>)</h3>
<br />Saindo da Lanchera, uma curta caminha digestiva à José Bonifácio e já se encontra a melhor sorveteria da cidade. Tem opções sem leite e sem açucar e sem o caralho a quatro, mas o melhor são os sorvetes normais, e mais alguns sabores alcoólicos.<br /><br />O que comer: Vai no buffet e não perde o mirtilo com leite.<br /><br />(Menção honrosa: em se tratando de sorvete, a <a href="https://www.facebook.com/GianlucaZaffari">Gianluca Zaffari</a> não fica atrás, o sorvete é muito bom, e eu recomendo pra quem estiver na zona sul (qualquer sabor com mascarpone, doce de leite, e todos os de fruta são ótimos (a sorveteria é bem pequena e tem menos opções, e a maioria é sazonal)))<br /><br /><h3>
-A Virgem Bar (<a href="https://www.facebook.com/AVirgemBar">fanpage deles</a>)</h3>
<br />A Virgem é um bar muito confortável que esconde em si talvez a melhor cozinha de bar de Porto Alegre. Sorteia qualquer coisa no cardápio e a chance é grande do bagulho ser maravilhoso casa comigo entra na minha casa entra na minha vida. Tem diversas variedades de cachaça, de chopp, de cerveja, e muitos coquetéis, incluindo receitas da casa.<br /><br />O que comer: Se estiver sozinho ou entre duas pessoas que não comem muito, peça os burritos (simples se sozinho, duplo se em dupla), são bem diferentes dos burritos tradicionais, mas são muito bons. Se estiver entre duas pessoas boas de garfo, ou em mais gente, PELO AMOR DE DEUS PEÇA A PIZZA. É de outro mundo. É a melhor pizza da cidade. Meia estrogonofe, meia toscana. Sério, não percam esses dois sabores, antes de pedir qualquer outro sabor, peçam esses. Pra beber, um chope Viena 450ml (nunca peça o de 600ml, o custo benefício é pior, vai por mim).<br />
<br />Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-5496157289748260082012-06-19T14:08:00.002-07:002012-06-19T14:14:53.063-07:00Hamburgueria Bife - Uma Surpresa NecessáriaPágina em branco, senti saudades.<br />
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Senti saudades, também, de vocês, leitores queridos. Sei que sabem como são as coisas.<br />
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Mas bem, vejam vocês: de Porto Alegre é que eu não senti saudades. Os que me conhecem sabem porquê: Porque a sorvo diariamente. E Porto Alegre anda estranha, sei que também sabem. O Tutti vai fechar (ou já fechou), a Cidade Baixa anda complicada, o Bom Fim tá com onda de assaltos (ou vai estar), essas coisas. Por causa desses e diversos outros fatores (que sei que também povoam vossas timelines voluptuosamente), é difícil que nos surpreendamos com nosso portinho, sempre tão etéreo, volátil, incerto.<br />
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Mas eu quero dizer, já assim de antemão, que eu me surpreendi foi com essa hamburgueria. Eu sei, acalmai-vos, "não é xis". É hamburguer. Querem saber? Se vão continuar com esse papinho, podem ir lá ler o guia impresso de vocês ou buscar resenhinha de foursquare e kekanto. Talvez lá vocês encontrem o que querem. Eu vou continuar comendo onde quero e escrevendo sobre o que quero. Pronto. Desculpem os leitores que me lêem sorrindo, mas precisava ser dito.<br />
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Pois bem, o Bife. Dizer que eu já ouvira falar é começar a história como todas as outras. Digamos que eu tinha uma reunião num sábado, às sete e meia, no Bambus. Isto pra mim, é antes, da janta. No decorrer da reunião, acabei tomando cerveja e, quando vi, eram dez da noite e eu já estava meio leve. O pessoal foi todo indo cumprir com suas obrigações pré-noite e eu me encontrei meio à deriva. Mentira. Eu estava saindo de uma partida de rugby de 3h15min e com a fome de mil leões, e junto comigo estavam 15 brutamontes neandertalescos que representavam mais de 9000 felinos régios na escala fome. Mentira. Eu havia recém acordado de um coma que durara mais ou menos o tempo entre esta e minha última atualização. Eis minha desculpa.<br />
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Enfim, dê o leitor o início que quiser a esta história, que eu não estou pra bolar um original o bastante. Mas eu me informara do endereço e horário de funcionamento da chapa, e em instantes me encontrava descendo a Miguel Tostes a pé, sozinho.<br />
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O cheiro de bicho morto já ataca a uns 300 metros. É uma maravilha. Sério. Eu pensei comigo mesmo, "não pode ser". O estômago ronca fortíssimo. Passado o impacto, transpus a porta sita bem na esquina da Miguel com o lado baixo da Casemiro de Abreu. Isto eram dez e vinte (eles fecham a cozinha às 23h30, não vá depois disso, não seja um babaca), e ao entrar já fui prontamente recebido e acomodado.<br />
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Qualquer que seja o início que o leitor tenha construído em sua cabeça, acrescente a ele o fato de que eu estava com fome. Pedi de cara um pint de Guinness, porque sei que nesta época está todo mundo vendendo a preço de Eisenbahn porque tá sobrando mesmo (falando nisso, essas (Guinness e Eisenbahn) são as torneiras que a casa oferece, mais a jamaicana engarrafada Red Stripe (suponho que deve ter alguma outra mais barata e industrializada, não inquiri)). E perguntei qual era o sanduíche que eu deveria comer sendo debutante. Ele me recomendou dois, o "Cowboy" e o "Do Reino", porque levavam molho de raiz-forte.<br />
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Não, "raiz-forte" não quer dizer "wasabi", quer dizer "raiz-forte", "horseradish". Essa não é bem a minha especialidade, mas eu posso afirmar que é ingrediente e nome de um molho freqüente nos sanduíches estadunidenses (<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Horseradish">http://en.wikipedia.org/wiki/Horseradish</a> e <a href="http://www.simplyrecipes.com/recipes/how_to_prepare_horseradish/">http://www.simplyrecipes.com/recipes/how_to_prepare_horseradish/</a> (aparentemente, os únicos ingredientes essenciais a um molho horseradish são a própria raiz-forte e vinagre)) (aliás, pode muito bem ser que se trate de uma coisa completamente diferente de tudo o que eu falei, e isso seja eu viajando na maionese).<br />
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Escolhi o Cowboy, que além do molho referido leva um hambúrguer de tamanho e peso não-definidos pelo cardápio (havia outros sanduíches que anunciavam 180g, eu francamente não sou balança e não sei se isso é menos ou mais do que o que recebi (ou a mesma coisa)), muçarela de búfala (sic), cogumelos no whisky, e "mix de folhas" (prática tanto recomendável quanto reprovável (reprovável porque não sei o que vai vir, e recomendável porque significa que o chef vai escolher o que a feira apresentar de bom no dia (se o leitor não é capaz de medir os prós e os contras, recomendo a leitura de guias gastronômicos pagos))). Francamente, não consigo me lembrar de nenhum outro ingrediente, porque a cerveja surtira efeito, ou porque minha cabeça ainda estava no sangrento prelo do rugby, ou porque minha memória ainda não se reestabelecera da comatose, ou por qualquer motivo que o leitor quiser. Eu ainda tinha direito a escolher um acompanhamento, as opções eram onion rings (sic), batatas rústicas, ou batatas palito. Se o leitor acha que sabe qual das opções que eu escolhi, que mande já um e-mail com a resposta para thecakeisalie@gmail.com e concorra a 99 iPads IV game-of-the-year edition autografados por Nelson Fittipaldi.<br />
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O cardápio se estendia para outras opções de alta relevância, com sanduíches com bacon, ou mais tradicionais com salada e picles, ou com hambúrgueres duplos, ou de porco, ou de salmão, e também vegetarianos (dois: um em que o <i>patty</i> é feito com vegetais (berinjela e não-sei-quê) e um em que é substituído por queijo (não vá pensando que é só um xis com mais queijo não, tem tomate concassê e mais um monte de coisa com nome francês em tudo)). Tem também os chopes que eu falei, e umas opções bem atraentes de Milk Shake, incluindo paçoquinha e limão siciliano (um casal que sentou do meu lado dividiu um de frutas vermelhas que aparentava ser uma loucura). Tem mais um monte de coisa, é um cardápio bem pensado e equilibrado, e tudo parece estar, pelo menos, no caminho da harmonia plena. Que fique bem claro que a variedade dos ingredientes me impede de ficar aqui listando tudo. É importante ressaltar também que tudo parecia, realmente, bem fresco, e que a casa diz preparar quase tudo (ou tudo) lá mesmo (confirmem esse dado vocês). De menos importância era a aparência do menu físico, bem simples, impresso preto-e-branco em folhas de ofício, coisa que tenho certeza que vai melhorar com o tempo (mencionei que eles têm pouco mais de seis meses?). Os hambúrgueres variam dos $18 aos $25 e pouco, com acompanhamento (esse dado eu dou com precisão), os chopes do $6 ao $12, por aí, e os milk shakes um pouco mais de $10, os grandes.<br />
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O lugar é bem bonito, e dá pra ver que ainda tem muito o que melhorar (digo isso no bom sentido). As pessoas são bonitas e o clima descolado family-friendly impera, embora não deixe de ser um bom lugar pra beber. Estacionar pode se tornar um problema, visto que enche, mas as ruas do meu Rio Branco são generosas.<br />
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Estas considerações todas foram feitas nos quinze minutos entre o momento que pedi e o momento em que minha comida chegou, ponto equivalente a este na narrativa (lembrando ao leitor que não mais está em liberdade de inventar uma história como quiser, a menos que novamente instruído a fazê-lo) O chope já havia chegado mais ou menos uns 3 minutos depois do pedido, e repousou na minha mesa antes de eu poder tomá-lo (não sei exatamente como é a etiqueta Guinness).<br />
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O sanduíche tem mais ou menos a mesma dimensão que 4 ou 5 mãos de belas garotas, uma em cima da outra, e é servido assimetricamente, com o pão de cima caído prum lado. Fui instruído a comer com as mãos, embora me houvessem sido dados talheres. O que mais chama a atenção é definitivamente a carne, muito, muito suculenta. O ponto do hambúrguer varia de ao ponto para mal-passado no centro, para mim perfeito. Se eu tivesse que estimar, diria que ali há algo como de treze a vinte por cento de gordura, aparentemente bem controlada (digo isso porque é bem uniforme). É muito saboroso, e diferente de qualquer coisa que se encontre por aqui. Palavras não podem descrever o que para mim é no momento incomparável em Porto Alegre. (Dizer que palavras não podem descrever algo, devo admitir, não é do meu feitio. Considerem isto como a minha surpresa para vocês, visto que esta hamburgueria foi como uma surpresa similar para mim.) Deixo para vocês a completude deste trecho da descrição.<br />
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O molho que discuti antes é como uma maionese mais pungente e avinagrada, que com o caráter bem básico do queijo contrapôs bem a riqueza da carne. As folhas, devo admitir, só chamaram mais a atenção nas partes em que saíam para fora e não entravam em contato com os torrenciais sucos da carne, que acabavam, nas partes de dentro, por agir murchando as folhas e privando-as de textura e sabor. Não foram suficientemente expressivas para que eu prestasse muita atenção. Os anéis de cebolas estavam surpreendentemente secos, muito bons, de um marrom dourado característico (este feito já não considero inédito, mas nem por isso vou fazer comparações), quase roubaram a cena.<br />
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Uma constatação que posso fazer é que o negócio é muito bom mesmo, e posso dizer que desde que fui lá todos os dias penso em voltar (não é brincadeira).<br />
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Fato é que Porto Alegre precisava de um lugar assim: com um bom horário (18h às 23h30, se não me engano), com uma comida fodona e com cervejas apenas suficientes pra harmonizar com tudo, sem muita frescura. Mencionei que eles têm sempre um ou dois hambúrgueres da semana? É isso mesmo.<br />
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Se você sente falta do velho Pampa Burger, das hamburguerias de São Paulo, ou sempre quis comer um desses hambúrgueres que passam no Travel & Living Channel, esse é o lugar perfeito pra saciar essa vontade. Se quer fazer uma preza com uma gatinha indo comer em um lugar diferente, é um bom lugar, embora não tenha nada de romântico. Quer um bom lugar pra reunir os amigos, comendo e bebendo bem (claro, gastando um pouco mais)? Ótima pedida. Também serve simplesmente pra matar a fome com um rango garantidamente furioso.<br />
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Ah, sabe o que aconteceu quando eu terminei de comer e de tomar meu chope e fiz menção de ir? Me informaram que se eu tomasse outro chope a comida sairia de graça. Vejam: se eu bebesse mais, a comida seria de graça. Os caras estavam tão dispostos a me conquistar que, quando finalmente pensei em pagar a minha conta e encontrei uma fila gigante, trouxeram até mim a maquininha do cartão. Foda demais. (Não se engane o leitor: a não ser que você seja um blogueiro super-influente como eu, não espere a mesma mordomia (embora possa esperar algo muito parecido, sem a parte da bóia de graça).)<br />
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<b>A nota é 9,7</b> porque ainda tem o que melhorar, como eu disse e acho que todo mundo entendeu, e pra não deixar os caras com a bola muito cheia. Mas é isso, estão todos recomendados a ir com a família, com a mina, com a amante, com o couch surfer viciado em doritos, com o dono de seu bar favorito, o que seja. É um ótimo lugar para diversos tipos de encontros sociais envolvendo refeições tanto sérias quanto leves, para happy hours e pra matar uma larica furiosa também. O atendimento é nada menos que perfeito e a comida esta muito, muito perto de lá.<br />
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Cansei de escrever, as saudades da página em branco (e de vocês) estão muito bem matadas.<br />
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<b>SERVIÇO</b>: Eu já disse onde fica, o horário de funcionamento e o preço. Para mais detalhes, se virem.<br />
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P.S. Não falei nos cogumelos, sabem por quê? Nem eu.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-3962277252903829622012-02-20T12:17:00.002-08:002012-02-20T12:22:36.549-08:00O Re-Retorno do Pampa Burger"Puxa-vida, Floco, esse blog não era sobre Xis, e não hambúrguer?" Caro leitor, acima de tudo, este blog é meu, e nele eu escrevo o que eu quiser (ou seja: aguardem (sentados) um post sobre videogames), e considero que o Pampa Burger ainda mantenha certa relevância, visto que uma de suas lojas foi recentemente envolvida em toda sorte de não-sei-quês relativos à conservação e estado dos produtos lá degluturos. Aparentemente a carne certificada cem-por-cento Angus (não o Young) tinha procedência desconhecida e os condimentos também não eram exatamente marriage material, entre outras coisas. Mas o mais importante: havia bactérias perigosas (essas mesmo) e cocô de bichinhos demais na nossa comida.<br />
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Primeiramente, devo esclarecer que aqui não temos problema nenhum em saborear carnes oriundas do topo de chapas de notória imundície, nem em comer de pé em lugares onde sabidamente habitam ratos e baratas. Mas daí a comer comida estragada, é outra coisa. Por mais que eu já tenha comido em bodegas sujismundas desse mundo, nunca passei mal por fazê-lo. E foi o passar mal que ocorreu com quase trezentos (é isso, produção?) portoalegrenses incautos que escolheram o Pampa Burger para as libações de certa época. Eu tive sorte e não fui pego, embora tenha comido lá nesses tempos.<br />
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Daí, sacomé, vigilância sanitária resolveu tirar a cabeça da bunda e trabalhar um pouco, e interditou uma das filiais, fez exame nas carninha, etc (lembrem-se, esta informação é completamente duvidosa e sem nenhuma base factual (ou seja: pode ser que isso não tenha acontecido e eu esteja mal-informado (de qualquer maneira, vou fingir que é tudo verdade (façamos assim: consideremos este um TEXTO DE FICÇÃO)))).<br />
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E eis que esses dias o tal pico reabriu, e lari vai, lari vem, Pedrenriqster teve a idéia (abaixo o novo acordo otrográfico) de passar lá ontem. Era Domingo de carnaval, aquela vibe meio estranha, tinha muito pouca coisa aberta na cidade, tocamos pra lá. Confesso que o lado bom que pude ver imediatamente daquele bafafá todo era que o lugar supostamente ficaria menos atochado com essa mancha na reputação da casa. Expectation fulifilled.<br />
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O cardápio mudou: está maior e mais bonito. Está tudo por mais ou menos quinze pilas. Tem um ou dois sanduíches novos e em muitos lê-se o ingrediente "salsa campeira", suponho que ao invés de maionese. Resolvi pedir um sanduíche cuja existência nunca chamara minha atenção: o Galo Véio.<br />
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De baixo pra cima: pão, pasta de gorgonzola, hambúrguer, bacon, "salsa campeira", pão. O pão agora é levemente tostado e é salpicado com gergelim. A pasta de gorgonzola é, bem, uma pasta de gorgonzola. Sinceramente, tenho que fazer uma apologia aqui: foi em parte erro meu em ter pedido este sanduíche, visto que gorgonzola é um ingrediente que, pelo menos em Porto Alegre, é tratado com ignorância e pouca sensibilidade, sendo aplicado em quantidades descabidas e com destaque rude na maioria dos pratos em que aparece (fasfavor né galere, o troço FEDE), e eu, sabendo disso, mesmo assim pedi tal sanduíche.<br />
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No geral, é um sanduíche muito, mas muito salgado. O bacon é aparentemente defumado e, como não deve ser frito, apresenta crocância zero e acaba apenas contribuindo com mais sal ao sabor final, que já é defumado tendo em vista o processo de manufatura da carne. A tal salsa campeira é apenas visível, mas não palatável, contribuindo apenas para não deixar o sanduíche seco demais. Acaba sendo seco demais, visto que a pasta de gorgonzola é um pouco empelotada e - sim - muito mal distribuída. De modo geral, é uma combinação infeliz.<br />
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A carne - pode chorar - também mudou. Não é mais o hambúrguer alto e suculento feito na brasa que tínhamos pré-interdição. Agora temos algo baixo e plano e - triste - com mais gosto de churrasqueira do que de carne. Pedacinhos de gordura não são mais visíveis ou tácteis. A carne não parece mais carne moída, mas carne processada, carne mecanicamente separada. Não duvido haver aditivos químicos para ajudar na conservação e evitar nova sabatina sanitária. A textura agora ao invés de complexa e suculenta é simplesmente gelatinosa. Beira o nojento, beira o mcnugget. Triste, simplesmente triste.<br />
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Os condimentos que antes eram apresentados em altos tubos para self service agora aparecem em sachezinhos, supõe-se que também para conservação, visto que também foram acusados nos exames. A cerveja continua razoavelmente gelada. A heineken é servida em copos para ale, e as demais são servidas em copos para weiss. Estranho.<br />
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É incrivelmente triste relatar isso. Era um lugar muito bom, embora eu torcesse muito o nariz para admitir isso. Agora o que eu recomendo é evitar voltar lá e tentar manter a lembrança do lugar que mereceu minha nota nove vírgula dois.<br />
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Nota final: 6,0 (se não fosse o ambiente agradável ficaria um pouco mais abaixo)<br />
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Pelo menos o risco à saúde deve ter diminuído. Uma grande idéia que começa a esmaecer por problemas de execução. Darei mais uma chance daqui uns 6 meses.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com3Av. Venâncio Aires, 57 - Cidade Baixa, Porto Alegre - RS, 90040-192, Brasil-30.0429201 -51.2193198-30.0446381 -51.2217873 -30.0412021 -51.2168523tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-6902128084696073362011-07-21T09:10:00.001-07:002013-01-29T11:24:02.021-08:00Speed Lanches - Uma aventura pretéritaEscrevi este texto ano passado, para uma revista que acabou não saindo. Como ando recebendo muitos e-mails me cobrando atualizações, tomem essa e parem de encher o meu saco:<br />
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<span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px;">O dia da semana não importa, era o final de Outubro em tempos de la niña, aquecimento global, epidemia do crack e veganismo. Caminhávamos eu e Lorean Paulo, mais sofrendo do que apreciando os musculosos fótons que desciam às nossas moleiras e cangotes em ângulos obscenamente retos, fazendo correr e esconder-se em nossas morenas barbas plácidas gotas de suor.<br /><br />Desculpem-me se não me atenho à ordem natural do ocorrido, mas sinto que é neste ponto que devo esclarecer que isto se deu após uma sessão de sauna holandesa, dentro de um sedã alemão de 15 anos de idade. Talvez como efeito colateral de tal fator, decidimos por caminhar um pouco sob o antiurbano sol portoalegrense ao longo das belas veias desta ilha de calor que convenciono chamar de Cidade Baixa/Centro no início da primavera. A priori, um erro.<br /><br />Sabíamos o que faríamos, e não sabíamos. Éramos jovens e sadios, achávamos que sabíamos de muita coisa. A verdade nua e crua era que escreveríamos minha primeira crítica impressa de um xis riograndense urbano, na primeira edição de uma nova revista, no começo de uma nova etapa em nossa juventude, que cada vez mais chamava-se juventude, e não outra coisa. Para tal, nossa típica audácia escolheu uma vítima conhecida e respeitada.<br /><br />Se o leitor não sabe onde fica o Speed Lanches, corre o risco de sair por aí dizendo que esta coluna é uma porcaria. Está encorajado a fazê-lo, caso julgue assim apropriado. Mas, como ato magnânimo, cedo aos menos experimentados a informação de que o referido templo de apreciação estrambólica da moderna tradição (oxímoro?) gaúcha permanece placidamente assentado na Rua Lima e Silva, muito próximo ao desembocar da Rua Sofia Veloso.<br /><br />Por muito tempo não vi necessidade de executar apreciação crítica a este estabelecimento, visto que trata-se de um lugar com certo renome e, portanto, infalto de minha humilde glosa. Entretanto, muitos leitores de meu blog especializado no assunto pareciam ansiosos em ver o lugar (e seus derivados) espectado pelo meu crivo, e confesso que com o tempo senti-me impelido a me sentir da mesma maneira.<br /><br />O fato é que para mim a descoberta do Speed Lanches está longe de ser recente, e freqüento o lugar com a regularidade de um pássaro que só pousa no seu ipê de vez em quando, mas o faz há muito tempo. Inclusive cheguei a conhecer o que julgo terem sidos os áureos tempos da lancheria, quando as chapas eram comandadas por uma pequena mulher/mito apelidada Pikachu. Não discorrerei sobre visitas passadas neste parco espaço (não temo a página em branco, mas suas margens), mas considero digno de nota uma anedota em time-lapse: Com o tempo (e conto a história de meu ponto-de-vista de freqüentador casual e não-enxerido), a fama de Pikachu foi crescendo e, suponho, ela começou a trabalhar em horários menos movimentados, o que motivava os clientes a requisitarem ao pobre chapista substituto que fizessem o xis "que nem o da Pikachu [sic]". Realmente, quem viu aquela lenda em ação não esquece: quebrava os ovos, derramava seu conteúdo sobre a chapa e lançava a casca à lixeira com apenas uma das mãos, e sem olhar. Sua habilidade e franca vocação para a façanha eram evidentes e notáveis. Mas divago. Volto ao onde e ao o quê, saio do quem:<br /><br />Jamais pisei no lugar desprovido da intenção de pedir algo que não o xis-coração (que, de tão lendário, custa (nine and a half brazilian dollars) significantemente mais do que os outros), e não pude escapar de tal instinto, ou muito menos excluir meu irmão exsangüíneo do referido. Dois tapas no balcão (que serve apenas para que não babemos na chapa (que ocupa mais espaço do que os clientes) e como apoio para os cotovelos) e estavam encomendados os dois leviatãs que permaneceriam em nossos organismos por meses a vir.<br /><br />Observar a chapa e, consequentemente, a manufatura do xis, não deve ser privilégio em um típico xis das bandas de cá e, felizmente, o Speed Lanches não carece nem um pouco de visibilidade fordista. Meu olho clínico para o assunto permitiu-me a apreciação de certas minúcias que deixo para o leitor examinar sem a minha condução epistemológica. Entretanto, uma etapa importante da manufatura que influencia diretamente no resultado final está no derradeiro momento antes de sermos servidos: o chapista (nesta feita, um que tive a oportunidade de avaliar em seu primeiro dia de trabalho) reabre o xis recém prensado para depositar nele porções extras de coração que aguardavam a prensagem sibilando na chapa.<br /><br />Sim, é um xis prensado com todos os ingredientes obrigatórios (pão, maionese, coração, ovo, alface, tomate, milho, ervilha, queijo) e um diferencial (batata palha). O tomate é cortado em paralelepípedos tridimensionais, e o alface, em tiras. O milho, a ervilha e o queijo não apresentaram-se com personalidade ou quantidade suficientes para merecer algum espaço nestas sinceras palavras. O ovo merece certo destaque, principalmente por posicionar-se amontoado entre duas fartas e caóticas camada de corações de galinha inteiros, fritos na chapa e temperados com uma mistura misteriosa.<br /><br />O coração não poderia deixar de ser a grande estrela neste xis cuja reputação antecede, e somos brindados com um xis monstruoso e intimidante que assusta à primeira vista, e não parece ser capaz de decepcionar qualquer expectativa possível sobre um xis (é claro, não sou nenhum halterofilista ou leão-de-chácara). A altura insensata da iguaria (um exercício desafiador para as mandíbulas mais incautas) nos proporciona uma experiência sensorial de uma imersão fora do comum. A própria disposição dos bancos e balcões nos leva a mergulhar no xis quase literalmente. Não foram raras as vezes em que os dois então jovens editores-to-be entreolharam-se, quase envergonhados, lambuzados de gordura, timidez, e uma estranha sensação de insignificância. Outro ponto digno de nota, mas que não tange à manufatura stricto sensu, é o lambuzamento do pão pela gordura da chapa (característica essencial e, neste caso, quase inata e fatalmente intrínseca), que deleitou meu amigo e parceiro e fez render boa parte do colóquio. O referido pão lambuzado de gordura, infeliz e inevitalmente, acabou sendo o protagonista das mordidas iniciais (função que deveria ser, ao longo de todo o xis, do coração). O fato é facilmente explicável pela técnica da abertura posterior à prensa (já referida), que acaba por desprover a refeição de integridade e homogeneidade estrutural em detrimento do arregamento no coração (como dito, arregado pa carai), opção que deixarei a cargo do leitor decidir entre WIN ou FAIL. Embora o xis careça de regularidade a longo prazo, a maionese é muito bem distribuída (a má-distribuição da maionese pode ser um dealbreaker, como já discutido ad nauseam (pun intended) no referido blog especializado), e confere ao prato um equilíbrio muito bem-vindo por este dedicado yours truly.<br /><br />Os pontos que falharam em agradar plenamente este novato e que podem ser salientados são: parca distribuição de papéis com fins higiênicos (seria muita bondade minha chamar aquilo de guardanapo), um atendimento sob medida para quem não está nem aí para o atendimento, e talvez uma certa falta de tempero, assunto, neste caso, delicadíssimo, pois poderia afetar a belíssima falta de equilíbrio presente em mais esta obra de arte.<br /><br />Minha nota final desta visita foi um redondo 9.0.<br /><br />A nota do Lorean foi 9.3. Ele disse que foi porque ele não conseguiu comer o xis inteiro, e ele "curte comer inteiro" (eu prefiro quando o xis me ganha).</span></div>
Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-13482394434342929152011-03-15T19:26:00.000-07:002011-04-25T22:01:58.291-07:00Pampa Burger: A RevancheSe o leitor não leu o relato de minha primeira incorrência ao estabelecimento acima referido, faça-o por meio <a href="http://gfloco.blogspot.com/2011/02/pampa-burger.html">deste link</a>.<div><br /></div><div>Neste momento primevo ater-me-ei ao xis em si.</div><div><br /></div><div>Como dito antes, o Pampa Burger ladra certo respeito às tradições gaudérias mesclado a reverência a padrões culinários internacionais (a herança de Hamburgo adotada pelos estadunidenses). Como apontei, o cardápio de sanduíches denuncia certo bias para o lado gringo.</div><div><br /></div><div>Ao degustar o xis, entretanto, pode-se reverter tal impressão, mesmo que parcialmente.</div><div><br /></div><div>Antes da apreciação prática, convém detalhar os detalhes estruturais (analisaremos aqui o sanduíche que batiza a casa).</div><div><br /></div><div>O pão é, dito, d'água. Talvez por confusão lexical, o que conheço por pão d'água é um tanto diferente, sendo mais cascudo e complexo em texturas. O que me foi apresentado assemelhava-se mais a quiçá um cervejinha, sem aquela "bunda" característica da modalidade, ao menos no que tange o portoalegrense.</div><div><br /></div><div>Este xis em específico apresenta, ao invés da maionese, o chamado "molho especial" (convenhamos, se tirar a maionese do xis for tradição, este blog é inválido). Não posso especificar muito sobre este molho, visto que meu paladar nunca foi treinado para este tipo de especificidades, e perguntar a respeito de qualquer ingrediente para algum garçom, como demonstrado no post anterior, prometia ser incomodante.</div><div><br /></div><div>O alface é de tipo americano (tradição?), e o tomate é cortado em finas e irregulares fatias, muito bom. O xis também apresenta rodelas de cebola crua, mas aparentemente suavizada, talvez com o velho recurso da imersão em água com açúcar, um grande ponto a favor. Entretanto, o xis não conta com milho e/ou ervilha, opções já <b>tradicionais</b> em nossa metrópole gaudéria.</div><div><br /></div><div>O hamburger é, sem dúvida, a grande estrela do xis. É feito de supostamente 100% carne de angus, e é assado em uma grelha, sobre brasas de lenha. Sobre ele derrete-se o queijo prato, com certeza 2 ou 3 fatias.</div><div><br /></div><div>Como pode ver o leitor, o termo "tradição" está sendo discutido aqui, e agora faço uma pausa para esclarecimento: Aparentemente, a lanchonete não se vale da tradição riograndense de xis (como sempre nomeei a iguaria que faz este blog girar), mas sim da tradição estadunidense de hamburger mesclada à tradição gaúcha de churrasco. Portanto, o que comemos aqui não é xis, mas sim hamburger (termo que designa tanto o principal recheio quanto o sanduíche em si).</div><div><br /></div><div>Feitas as ressalvas, vamos à prática.</div><div><br /></div><div>A altura do xis é semelhante às outras dimensões, o que denota a influência americana do sanduíche. Este é um fator que influenciará diretamente as etapas finais da degustação. Em termos de tamanho e apresentação, o sanduíche é quase idêntico ao gringo Burger King, apenas um pouco maior, mas também embrulhado em papel.</div><div><br /></div><div>De baixo pra cima, o xis -- quer dizer, o sanduíche, é pão, molho, hamburger, queijo, alface, tomate, cebola, molho e pão.</div><div><br /></div><div>A primeira impressão que tive na degustação foi sobre o cheiro da carne, muito bom, típico de parrillas. À primeira mordida, o frescor dos vegetais transparece, talvez a grande vantagem de não se prensar o xis. A cebola traz seu adocicado com leve agressividade reminiscente do sabor original da cebola crua, e o alface fornece crocância, ambos acompanhados pelo toque italiano do tomate. O molho, infelizmente, apresenta sinais de má distribuição, sobrando em alguns pontos do xis e ofuscando todo o resto, além de atrapalhar na contenção da integridade vertical do prato, como veremos a seguir. O sabor do molho lembra muito o de uma maionese caseira, sem firulas, talvez meramente acrescida de caldo de carne.</div><div><br /></div><div>O hamburger, grande estrela, não decepciona stricto sensu mas, dependendo da hora da visita, pode apresentar problemas no ponto de cozimento (como visto, o atendimento e serviço estáveis não são qualidade do estabelecimento). Seu sabor é muito característico sem agredir os outros sabores ou roubar atenção palatal. Sua textura não pode ser considerada macia, mas isto não deve ser prioridade em sanduíches deste tipo. O queijo é muito mais presente visualmente do que de qualquer outra maneira, mas fornece um pouco de textura agradável, e ameniza os outros sabores, tão característicos.</div><div><br /></div><div>Mesmo não se tratando de um xis como conhecemos neste blog, é algo muito bom de se comer, apresentado num ambiente muito agradável (que discutirei em post futuro, visto que com certeza devo voltar a comer lá) e, embora com um preço acima do normal (levando-se em conta o fator tamanho e quantidade), não deixa de valer a pena.</div><div><br /></div><div>O sanduíche Pampa Burger saiu por R$ 11,50, e a heineken por R$ 7,00. Tirem suas próprias conclusões. Os demais detalhes do cardápio, bem como o serviço completo, podem ser facilmente encontrados no <a href="http://www.pampaburger.com.br/">site do local</a>.</div><div><br /></div><div><b>A nota final, que como todos já sabem corresponde em uma média entre a comida e o local, ficou 9,0</b></div><div><b><br /></b></div><div>De qualquer maneira, é um lugar que recomendo a todos que queiram gastar um pouquinho mais num lanche caprichado, que embora não corresponda a nenhuma tradição, tem uma temática interessante e é de alta qualidade, embora o serviço possa estragar a experiência.</div>Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-46329083003141075282011-02-12T23:41:00.000-08:002011-02-13T13:00:48.319-08:00Pampa BurgerSei que faz tempo que não posto. Eu estava meramente esperando a inspiração bater. Pois o fato é que nesta madrugada de sábado para domingo, mesmo tendo comido uma infinidade de xises entre a última postagem e essa, é que me veio a vontade de expressar minha opinião sobre certo estabelecimento.<br /><br />Em minhas perambulações quotidianas, muito fui abordado por leitores deste humilde blog, e tenho que admitir que muitos deles exigiram a presença deste tal pampa burger neste tacanho website.<br /><br />Pois na noite que acaba de transcorrer, como de costume, eu e minha namorada (uma nova, a qual hei de referir-me como polenta, correndo o risco de facilitar a identificação desta para as antigas namoradas), fomos, primeiramente, ao meu pub favorito, o BAMBU'S (Independência esquina com Barros Cassal) e, depois daí, à minha casa noturna favorita, o LAIKA (Venâncio Aires, 59), acompanhados de meu grande amigo Marcelo (baterista da Reverso Revolver, Casablanca e tantas outras).<br /><br />Esse Pampa Burger queda adjacente ao Laika Club, cujo endereço já forneci, tornando desnecessárias quaisquer outras minúcias sobre sua localização.<br /><br />Tenho que admitir, novamente, que minhas espectativas eram altas quanto a este lugar, que prometia ser uma boa mescla entre a cultura gaudéria (a face pampa) e a anglo-saxã (a face burger).<br /><br />O fato é que o cardápio mostrou ser meramente uma cópia do cardápio mcdonaldesco: dois hambúrgeres carne e queijo, um com cheddar e cebola ao molho shoyu, um com dois hambúrgeres, um com bacon), com a exceção de alguns outros xises estrelando gorgonzola, provolone e/ou chimichurri (o único elemento realmente gaudério de todos). Os prços flutuam entre 8 e 15 reais.<br /><br />Sentamo-nos e prosseguimos ao pedido, no qual nosso amigo Marcelo optou pelo Cheddar McMelt (carne, cheddar derretido e cebola ao shoyu (soletrado incorretamente no menu), se alguém apontar o aspecto gaudério nisso ganha uma heineken), a Polenta escolheu o "La Plata" (carne, provolone, chimichurri (este xis foi o único que apresentava este ingrediente), alface e tomate no Pão D'água (em todos os xis se lia pão d'água, o que vi foi pão massinha)), e eu escolhi o tal La Plata com bacon (que também só aparecia em uma das opções, e quando o garçom foi inquirido sobre a possibilidade de pôr-se bacon no xis, foi altamente relutante e não me deu resposta). Pedimos ainda uma porção grande de aipim frito (cuja alternativa era a batata frita) e uma cerveja original.<br /><br />Note o leitor que já eram quatro horas da manhã. Mas mesmo considerando o horário, não se pode perdoar o fato de que O MEU XIS NÃO VEIO E NEM FOI REGISTRADO NA COMANDA, E O AIPIM FOI REGISTRADO E NÃO VEIO.<br /><br />Assim sendo, não fui atendido nem longe da maneira correta, e saí de lá passando fome (me recusei a aceitar mordidas dos meus convivas, visto que sou crítico de xis e tenho que agir imparcialmente), de forma que não recomendo pra ninguém este lugar. Convenhamos, que tipo de lugar deixa de atender UM CRÍTICO ESPECIALIZADO?<br /><br />Não posso relatar o ocorrido sem pensar nos termos DESCASO, FALTA DE ATENÇÃO e TÔ DE CARA PRA CARALHO. Esta foi a primeira vez que isso me aconteceu (pelo menos em estabelecimentos de xis) e, não importa a qualidade do bagulho (que me pareceu, no mínimo, enganosa, visto que não havia nada de PAMPA na minha mesa exceto o chimichurri (o qual, ressalto novamente, não degustei)), fui pessimamente atendido e, o mais importante, SAÍ DE LÁ COM MAIS FOME DO QUE ENTREI, MESMO TENDO PAGO VINTE PILAS (pelo xis da mina e a ceva).<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Nota final: 0,0 (ZERO VÍRGULA ZERO)</span><br /><br />Se algum representante da casa quiser me contatar, basta procurar meu e-mail neste mesmo blog.<br /><br />Ah, e ainda por cima, NÃO PUDE FUMAR.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-54257398609303642492010-07-10T15:04:00.000-07:002012-06-19T14:35:17.225-07:00Tchê BauruAntes de mais nada, eu quero anunciar o resultado final da inédita promoção de semana passada. Vencendo por UM VOTO de diferença, o grande campeão foi o X-Moita, a ser visitado durante a semana, seguido por Gélson (não ficou bem claro qual deles, computei todos os votos para o mesmo) e Van Gogh, que com certeza não deverá ficar de fora por muito tempo.<br />
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Vamos ao post de hoje.<br />
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Os leitores mais puristas como eu vão torcer o nariz pro nome do lugar. Este é um blog sobre Xis Portoalegrense, e não sobre bauru paulista. Mas acredito que foda-se, é só um nome e nunca vi ninguém comendo bauru lá. Na verdade, é muito raro ver alguém comendo lá. O lugar é mais frequentado por bebedores de cerveja (Polar, estimo, a R$ 4,00). Este fenômeno é claramente explanado pelo cardápio que denuncia os Xis entre R$ 9,00 (Xis-Salada) e R$ 11,50 (Calabresa, Bacon, Coração, etc.), preço, no mínimo, bem acima da média.<br />
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Ah, o serviço: O Tchê Bauru fica na esquina da Mariante com a Cabral, qualquer um que ande um pouco pela Goethe sabe onde fica.<br />
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Escolhi para ser o Xis mais caro que comi este ano o Xis-Bacon. que é um bom termômetro para se conhecer uma lancheria nova. Veja bom o leitor que o Tchê Bauru para mim não tem nada de novo, exceto que eu nunca comera Xis ali antes.<br />
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Estávamos eu e uma corja de vagabundos, que resolveram pedir uma porção grande de batatas fritas com queijo duplo por cima. A porção não era das maiores mas o queijo não era ralado como se vê normalmente, mas uma monstruosidade derretida muito interessante. As batatas eram visivelmente de estilo caseiro e estavam muito boas.<br />
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Meu xis demorou cerca de dez minutos para ficar pronto, Aterrisou e não mostrou nenhuma particularidade em sua superfície. Contrariando meu método usual, iniciei por cortar o xis diametralmente, para melhor visualizar seu conteúdo, sacando fotos que, para variar, não tenho saco nem cabo de upar àqui.<br />
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A visualização do xis em corte longitudinal comprovou a disposição (de baixo pra cima) pão, ervilha, hamburguer, bacon, milho, ovo, tomate, alface, maionese, pão. Como sabemos, o xis em sua fórmula incluía queijo, que foi indetectável.<br />
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As primeiras impressões são de desequilíbrio, o tomate é cortado em pedaços quiçá um pouco grandes demais, e nosso xis sofre do velho problema da má distribuição de maionese. Estes dois fatores foram cruciais para que a degustação inicial revelasse um sabor decepcionantemente adocicado. O dia que um vivente pedir um xis bacon esperando um sabor adocicado, nosso mundo estará acabado.<br />
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Avancei em direção ao centro do xis sem maiores dificuldades, começando a perceber paulatinamente os sabores das carnes. O hambúguer foi bem passado, na medida certa, e era muito gostoso, de sotaque caseiro com sal, cebola e pimenta-do-reino. Media cerca de meio centímetro de espessura, e era de bordas irregulares. Muito provável era de fabricação do próprio estabelecimento. Com certeza o ponto alto do xis.<br />
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O bacon foi apresentado em pedaços difíceis de nomear. Creio que eu poderia dizer "destroços". Parecia que se havia alimentado um pedaço grande de bacon a um daqueles trituradores de papel. Muito interessante, mas este fator fazia com que, onde havia pouco bacon, os pedaços pequenos demais acabavam por não fazer diferença no sabor final. Felizmente, conforme eu me aproximava do núcleo do xis, a quantidade amontoada de destroços de abdômen suíno aumentava significativamente.<br />
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A primeira metade foi devorada sem problemas, e a segunda me rendeu dois terços (o terceiro ficou pro Johnny).<br />
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Pontos altos: cerveja barata, bem localizado, bom de estacionar, funcionários simpáticos, pode fumar. Pontos fracos: O preço do xis, má distribuição de maionese, excesso de salada.<br />
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<span style="font-weight: bold;">Nota final: 7,2</span><br />
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Essa nota, repito, é fazendo uma média entre o xis e o local. Não fosse um lugar tão legal, o xis talvez ficasse abaixo da média 7,0Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-37851574231000972062010-07-02T09:27:00.000-07:002010-07-02T09:30:00.458-07:00Apologia e PromoçãoGalerinha da leitura, peço desculpas pela falta de atualização (já são quase seis meses). Mas prometo voltar à ativa.<br /><br />Como recompensa, estou dando-vos a oportunidade de ESCOLHER qual será meu próximo post. Tem que ser Xis, já que meu último foi a exceção.<br /><br />Eu sei, a chance de duas pessoas escolherem o mesmo lugar não é das maiores. Mas, se houver empate em votos, darei prioridade à ordem de envio.<br /><br />Os votos devem ser enviados ao meu e-mail pessoal gfloco@gmail.com e só serão aceitos até 09/07/2010. Corram!Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-24950965393266624012010-02-23T12:59:00.000-08:002010-02-24T13:20:09.885-08:00*Especial Laricando Litoral Norte*Sabe o que as pessoas do mundo fizeram em Fevereiro? Algumas pagaram uma nota pra sofrer fisicamente em alguma avenida vestidas com fantasias desconfortáveis, algumas pagaram uma nota para poder entrar em algum lugar e tentar transar com algum desconhecido, algumas pagaram uma nota pra tomar whisky brasileiro com energético durante uma semana e ver seu tico murchar, algumas gastaram uma nota organizando a <a href="http://www.geekologie.com/2010/02/star_trek_online_fans_set_reco.php">quebra</a> do recorde de "mais pessoas vestidas de Star Trek ao mesmo tempo" (em pleno dia dos namorados americano), e outras gastaram uma nota na locadora e na loja de conveniências.<br /><br /><br />Para o meu Fevereiro, meu segundo mês <a href="http://images.orkut.com/orkut/photos/OgAAAGgGxLoEtg6CwgLOsq6JSdvWUFR1ggA7UHMlAmJwE-g2QyDnYCB1Ow8WbE2jYq1yCYNIzTK7tUxI-Yf6CnJ_tzgAm1T1ULs1SWI-Nm-ezZkBvb5Kh2gJ_Ftj.jpg">livre,</a> optei por atividades muito mais variadas e, logicamente, frutíferas. Portanto, está aqui implícito que, ao passo que não atualizei este blog, ocupei meu tempo com o crescimento pessoal: trabalho duro, leitura, beberragem e, é claro, autoflagelação gastronômica através do <a href="http://www.geekologie.com/2010/02/real_bacon_potato_chips_once_y.php">excess</a>o.<br /><br /><br />Minhas atividades de autoconhecimento e reflexão, contudo, embora dependessem muito do nível periguetístico portoalegrense, não se limitaram ao hedonismo anti-zen que propus no parágrafo anterior. Tanto que minha busca pelo Nirvana moderno não pôde limitar-se ao portinho.<br /><br /><br />No Domingo de carnaval deixei minha amada Porto Alegre, onde nasci, cresci, e hei de morrer (não sem antes morar na Jamaica ou coisa assim).<br /><br /><br />Ao aterrizar no Litoral Norte Sul-riograndense, meu estômago, obviamente, anseava por algo. Eu tinha uma sensação que todos os leitores que não forem eu mesmo relendo meus posts não têm como saber como é. Ao passar pelo famoso churrasquinho de Capão da Canoa ("como assim, 'famoso churrasquinho'? Capão tem mil churrasquinhos!" Calma, caro leitor, este ao qual me refiro é o na esquina da Paraguassú com a nãoseiqual, a rua da BRESOLIT e do MILLENIUM e do parque de diversões menos itinerante do mundo), achei que ali estivesse a solução. CONTUDO, meu cérebro indicou-me que não.<br /><br /><br />Capão da Canoa é uma cidade bastante efervescente no mês de Fevereiro. Entretanto, não há tantos lugares para os barbudos alternas. Por sorte, radicava-me no extremo Sul de Xan-Gri-Lá, um pago bem mais calmo e propício ao conforto.<br /><br /><br />O leitor agora pode estar reclamando que o Blog se chama "Laricando Porto Alegre" e que trata de Junk-Food e Porto Alegre, e que até agora não temos nenhum dos dois. Pois metade dessa insatisfação se tornará gozo neste próximo parágrafo...<br /><br /><br />...porque quando me sentei para começar a leitura, saboreando um Johnny Walker com Red Horse (pelos quais paguei baratíssimo), subitamente tive uma epifania, eu sabia do que precisava. Como eu fora sem meu leal fuscão, peguei o dindinho e rumei a Atlântida, mais precisamente ao centrinho, mais precisamente ao<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-size:180%;"><strong>Krep Do Kbça</strong></span><br /><br /><br /><br />Sou suspeito para falar deste estabelecimento. Como minha família teve, por muito tempo, uma casa em Atlântida, acabei freqüentando muito o chamado "centrinho" (Avenida Central, duas quadras da praia). E é no centrinho que, há onze anos, estabeleceu-se o Cabeça e seu estande de crepes suíços.<br /><br /><br />Para os direction-freaks, o Cabeça fica do lado da praça, quase diretamente à frente do Shopping de Carnes Manduca (adoro este nome), naquela parte do centrinho onde vemos vários quiosques padronizados, sendo o da extrema esquerda o Crepes Maquiné (que agora também vende tapioca e é o maior rival do Cabeça (não por qualidade, mas por (falta de) simpatia mesmo)), e o da extrema direita um quiosque que tem por característica variar de ano a ano, sendo que o mais duradouro ali foi uma venda de bijuterias e roupas femininas semi-hippie. O cabeça é o terceiro, da direita para a esquerda.<br /><br /><br />Sou cliente assíduo do Cabeça desde sua abertura, há onze anos. Nos últimos anos, após a venda de nossa casa de praia, passei a freqüentá-lo menos (nota: o Cabeça só abre na temporada de verão, e normalmente não abre na Páscoa). De uns sete anos pra cá, o Cabeça sempre faz questão de levantar um boato que abrirá em Porto Alegre, e sempre descobrimos nada sobre isso.<br /><br /><br />O Cabeça atende ele mesmo ou sua digníssima esposa, Sandra (que por mim é chamada Dona Cabeça, invariavelmente), e o simpático quiosque fica aberto a partir de mais ou menos 18h até de manhã. O cardápio não foge do tradicional de qualquer crepe gaúcho: entre as carnes, as mais populares são o bacon, o frango desfiado, o coração, o estrogonofe, a calabresa; e entre os vegetais normalmente aparecem o milho, o palmito, o alho e óleo. Os queijos são praticamente invariáveis: mussarela, catupiry, cheddar e uma mistura de quatro queijos (que na verdade é um queijo só - sabor quatro queijos). Vale notar aqui que o Cabeça dispõe de uma variedade de chocolates significantemente maior do que a média. PORÉM, meus anos de experiência em crepes do cabeça, além de me motivarem a, como homenagem, fazer aqui meu primeiro post Não-Xis, me renderam a honra de adicionar uma importante variante sigularíssima ao cardápio do Cabeça: o crepe do Floco.<br /><br /><br />Não se engane, leitor: o Cabeça não dispõe de um cardápio em papel, e mesmo se de um dispusesse, o crepe do Floco não figuraria entre suas opções. O crepe do Floco é semi-secreto, só quem sabe que ele existe pode chegar e pedí-lo. É claro, meus leitores todos agora o sabem, e peço que isso não seja motivo para aproveitar-se, de má índole, desta informação. Peçam o crepe do Floco com parcimônia, e não estranhem se forem interrogados sobre este que vos escreve, ou mesmo se receberem toneladas de informação gratuita sobre mim. Talvez até devam pagar mais caro, o que não é de reclamar-se, visto que o crepe do Floco é infinitamente superior a qualquer crepe do mundo, como veremos a seguir.<br /><br /><br />O Cabeça dispõe de quatro <a href="http://images04.olx.com.br/ui/1/72/29/42766329_1.jpg">máquinas</a> de crepe, cada uma capaz de fritar seis "cápsulas". Os crepes são categorizados no sentido de quantas cápsulas seus recheios ocupam: o simples, de uma cápsula, custa R$ 4,00, o duplo, R$ 5,00 e o triplo, único que deve ser pedido pelos leitores deste blog, is going to set you back seven brazilian dollars.<br /><br /><br />Se o leitor não está familiarizado com o crepe suíço, pode procurar no <a href="http://www.google.com/">google.</a> Entretanto, o que se vê no Google não é fiel ao crepe praticado aqui na baixada do Manduca. Mesmo em um crepe simples, onde o recheio ocupa somente uma cápsula, a massa espalha-se por, pelo menos, as duas cápsulas adjacentes, de maneira que qualquer crepe acaba ocupando uma máquina inteira, independentemente do seu tamanho.<br /><br /><br />Falando em massa, convém advertí-los, a massa do crepe do Cabeça é mais um diferencial em relação aos inúmeros crepes do nosso litoral: ela não contém sal e nem gordura. É claro, em um blog como este, podemos considerar tal característica como falta gravíssima, não fosse o resultado deliciosamente fofo que se forma: a massa se assemelha muito a um pão ou bolo, e não a uma panqueca, como os demais. Isto faz muita diferença.<br /><br />"COMO ASIM N~ TEM GORDURA???:::" perguntará [sic] o leitor usual. Calma, respondo. O crepe do Floco é capaz de ultrapassar as barreiras das á-eme, éfe-eme e dos elevador. O recheio inconfundível que gloriosamente preenche esta iguaria singular da culinária gaúcha contemporânea é o que contribui para dar a este crepe o título glorioso de MELHOR CREPE DO MUNDO.<br /><br />"TA FALA DUMA VES!!1" Ok, ok.<br /><br />Todos os leitores sabem que os quiosques de crepe em geral permitem combinações de até três sabores, às vezes quatro, o que permite ao cliente, por exemplo, pedir "bacon e queijo nas pontas, chocolate branco e queijo no meio", ou "coração, cheddar e queijo". Saberão os leitores que comigo mantém relações pessoais, também, que o crepe do floco obviamente não toma conhecimento destes grilhões do comércio varejista, consistindo de mussarela, catupiry, cheddar, quatro queijos (o molho antes referido), calabresa, pimenta vermelha, queijo parmesão e orégano.<br /><br />Creio que agora esteja claro o motivo de tanto alarde.<br /><br />Vamos ao procedimento de nosso mestre, Cabeça, na feição de mais esta nossa aventura gastronômica.<br /><br />A máquina de crepes (link com imagem no começo do post, caso alguém comece a ler meus posts no meio) está bem quente desde as 18h, e eu chego mais ou menos pelas 22h30. Dito isto, nosso mestre pincela com um misto inacreditável de gentileza e violência montantes de margarina na superfície escaldante de metal, moldada perfeitamente para acomodar o recheio. A esta altura já estão impregnados na chapa da máquina pedacinhos negros de comida que ficou por ali o dia inteiro, bem como os resquícios lípicos de todos os crepes anteriores. Primeiro, Cabeça deita, em cada cápsula, um paralelepipedo de mais ou menos 0,7cm x 0,7cm x 4cm feito de queijo mussarela. Sobre ele, derrama com sua bisnaga de saco jatos compridos de cerca de 1cm de espessura de cheddar, catupiry e "quatro-queijos" (de agora em diante essa é a denominação correta para a mistura referida), que às vezes chegam a fazer a volta. O resultado é alarmante aos olhos. Ao ver tal espetáculo temos a nítida impressão de que aquele monte de queijo cremoso vai se espalhar por tudo uma vez que a chapa superior descer sobre esta.<br /><br />Eu e o Cabeça não somos homens de alarmar-se com pouco. Nosso mestre prossegue à aplicação da lingüíça calabresa. Ela é cortada em pequenos paralelepípedos de mais ou menos 0,4 x 0,4 x 1cm, e é da marca Majestade, como o bacon do Cabeça (fonte: straight from the horse's mouth). Creio que não preciso dissertar sobre a quantidade da carne. Sobre isto vai a pimenta vermelha (bastante), o orégano (também conhecido, após as duas da manhã, como "orégo") e, adição de 2010, o queijo parmesão ralado grosso.<br /><br />Sobre isso o cabeça despeja jatos finos de massa, sem a intenção de cobrir completamente o recheio e também sem deixá-lo plenamente descoberto à queda iminente da chapa superior. O fechamento da máquina é mais uma das habilidades singulares do cabeça. Ao invés de fechá-la do modo convencional, nosso mestre desce-a devagarito, LARGANDO-A a menos de um milímetro de distância do recheio, gerando mínimo impacto e evitando o espalhamento dos ingredientes mais líquidos.<br /><br />Contudo, não se pode afirmar que NÃO HÁ espalhamento (oxímoro duplo). Os queijos, bem como a massa, por sorte, acabam por escorrer PARA OS LADOS, e não para fora da máquina, gerando duas novas "orelhas", feitas só de queijo e condimentos. O crepe, então, passa muito tempo na máquina, e tem de ser virado (com extrema habilidade) por mais de uma vez, a fim de assegurar integridade estrutural no momento do consumo. Mais de uma vez, nos tempos antigos, ajudei o Cabeça a aperfeiçoar suas técnicas de engenharia, e inclusive mais de uma vez meio que me queimei porque meu crepe se desbeiçou tanto.<br /><br />Podemos dizer que, se alguém não inventou coisas assim na suíça, o Cabeça talvez seja um pioneiro numa arte ainda por nascer: o crepe monstro. De maneira alguma o crepe que o Cabeça sempre faz pra mim pode se assemelhar ao que se chama por aqui "crepe suíço". A massa é, em praticamente todos os pontos do crepe, permeada por catupiry, cheddar, "quatro-queijos", mussarela, pimenta e orégano, e inclusive, em alguns pontos das orelhas que cercam nosso triplo, podemos encontrar pedaços semi-carbonizados de calabresa. É lindo. É maravilhoso. É apoteótico. É quase inacreditável.<br /><br />A temperatura, no início, beira o intolerável. O sabor é indescritível. A complexidade é definitivamente uma marca expressiva, bem como a heterogeneidade. Os diferentes queijos se espalham para diferentes áreas, gerando combinações cada vez mais complexas, sempre trespassadas por uma leve ardência da pimenta, e o aroma pizzesco do orégano, inconfundível. As orelhas oferecem ótimo contraponto às cápsulas, oferecendo diversas opções nas mordidas, nas quais podemos variar a proporção carne-queijo conforme a localização no crepe.<br /><br />Quem nunca comeu um crepe suíço gaúcho talvez não deva começar por aqui. Quem já comeu com certeza tem que passar por esse lugar, pelo menos para rever seu conceito de crepe.<br /><br /><strong>Nota Final: 10,0</strong><br /><strong></strong><br />Pontos massa: Um crepe monstro; muitos queijos; atendimento espetacular; bebida gelada; ceva latão a R$ 3,50; o melhor crepe do mundo; permitido fumar; bons lugares pra sentar (o centrinho inteiro). Pontos palha: não consigo pensar em nenhum.<br /><br />Amanhã volto, com a segunda parte do especial Litoral Norte.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-69732128704783042342010-01-13T07:53:00.000-08:002010-01-18T09:13:01.450-08:00Casa do GélsonNão quero que o leitor se confunda, não estou falando do Gélson Lanches. O fato é que o Gélson tornou-se lenda urbana das chapas da Zona Sul portoalegrense, e por isso deixou sua marca registrada (o que refiro como Xis-Calota) em diversos lugares da Zona Sul. Na verdade, o Gélson Lanches já referido em dois posts anteriores não possui em seu elenco nenhum Gélson. O verdadeiro está neste novo estabelecimento, a Casa do Gélson.<br /><br /><br />Fica na Otto Niemeyer, bem na frente do Armelin, e o número é 32661300. Se o leitor não sabe onde fica o Armelin da Otto, faça o favor de retornar a Cachoeirinha, que é o seu devido lugar.<br /><br /><br />Claramente se tratava de uma casa antes de se tornar mais um templo do hedonismo estomacal gaúcho-contemporâneo: na antiga varanda cabem umas 7 ou 8 mesas e o espaço é coberto. Infelizmente os fumantes estão restritos a este ambiente, que felizmente é o mais agradável. Também há um ambiente alternativo ao interior, que é a antiga garagem da casa, muito curioso mas parece um pouco apertado. O ambiente interno propriamente dito tem uma janela imensa que dá a visão para *suspiro* as chapas.<br /><br /><br />O lugar pode ser facilmente identificado de longe pelo luminoso redondo verde e laranja (cores que permeiam todo o recinto) com os dizeres "Casa do Gélson" e um imenso capacete com chifres. Os chifres, na verdade, são a temática ideológica do estabelecimento, visto que todos os garçons e chapistas usam camisetas estampadas com "Sou (chifres) e sou feliz". Não sei qual é a anedota cérica, mas aparentemente o Gélson, além de fazer um xis foderoso, também curte ser corno.<br /><br /><br />Quem me acompanhava era meu aluno mais parceria e também o que atira melhor: o Charles. Tivemos que fumar dois cigarros esperando uma mesa na rua liberar (para que assim pudéssemos fumar mais cinco). Quando sentamos, pedimos aquela Bohemia, que estava bem gelada mas não a ponto de me fazer querer tuitar sobre isso (@Floc0, se estiverem curiosos).<br /><br /><br />A dúvida acerca do cardápio era iminente. Não existem muitas diferenças entre este e o do Gélson Lanches, apenas alguns tweaks muito bem-vindos: existe aqui a opção do Top Gélson de Filé, e também aparecem, em página separada, os petiscos: basicamente porções de batata frita com diferentes carnes acompanhando (calabresa, filé, camarão, bacon, etc.).<br /><br /><br />Eu estava nas pilhas do Filé ao Molho Branco, para fazer uma comparação precisa entre a Casa do Gélson e o Gélson Lanches, mas o Charles não curte molho branco, e inclusive aproveitou a oportunidade para me perguntar do que era feito o molho branco (Respondi: Leite. Com farinha.). Titubeamos um pouco acerca do Strogonoff, mas acabamos por pedir meio Xis-Filé aos Quatro Queijos. Convém aqui denotar que a Casa do Gélson é significantemente mais cara do que o Gélson Lanches. Os xis mais fodidões saem por R$ 42,00 o inteiro, enquanto no Gelson Lanches, se não me engano, saem por R$ 34,00. A diferença não é tanta, visto que um xis inteiro serve quatro pessoas, pra mais.<br /><br /><br />Outro ponto interessantíssimo sobre o cardápio é a indicação do peso das coisas: no Strogonoff se lê: 1kg de iscas de carne ao molho de strogonoff, etc. E no Xis-Bacon (curiosamente batizado X-Carne com Bacon) indica-se 500g de carne moída e 500g de Bacon. As críticas ao cardápio permanecem as mesmas: presença de catchup e mostarda padrão dentro do xis (SEMPRE tenho que pedir sem), e talvez eu possa condenar o excesso de coisas desnecessárias (como, por exemplo, cebola e salsa).<br /><br /><br />Daí veio nosso Xis-Filé aos Quatro Queijos. Tirei uma foto mas estou sem saco pra upar. Tirei-a não pra postar aqui, mas porque o bagulho era monstro mesmo. O xis era de forma triangular, visto que era apenas um quarto de um xis do tamanho aproximado de uma pizza. O que mais chamava a atenção era o recheio que escorreu das bordas: por um lado do xis escorria um creme laranja-avermelhado, por outro escorria um creme mais claro, e por outro saltava um pedaço de ovo frito. Apoteótico é pouco, pena que eu não sou tão fã assim de queijo, como já dito no meu post inicial.<br /><br /><br />Comecei por extrair uma amostra do xis propriamente dito e mergulhá-la, primeiramente, na parte alaranjada que parecia ser do tomate. Era cheddar. Daqueles que vem em bisnaga e se coloca nos crepes suíços da praia. Não aprovei nem condenei. A parte esbranquiçada parecia ser catupiry, mas o gosto era de provolone com provolone. A parte do ovo frito tinha gosto de xis tradicional, com filé.<br /><br />O xis tem mais ou menos uns cinco maços de Marlboro de superfície, sem contar com o molho. Ocupa o prato inteiro. O filé vem em iscas de bom tamanho, não é necessário cortá-las, e inclusive pode-se comer pedaços com uma ou duas iscas (esta é uma grande vantagem em comparação direta com o outro xis-calota deste blog, o Gélson Lanches, cujas iscas são grandes demais).<br /><br />Um dos grandes problemas deste xis, e de quase todos os outros quatro queijos do meu portinho, é a desproporção no uso de variedades muito características e outros queijos mais suaves; neste caso o provolone foi o vilão, roubando a cena sempre que estavam presentes. A má distribuição do molho também é fator: o que eu senti foi que a grande maioria do molho deslocou-se para fora do xis, então um bom método de degustação é cortar um pedaço do xis e mergulhá-lo no molho perimetral, o que não é nada ruim. Outro ponto que alguns podem considerar negativo tange o mesmo assunto da distribuição do queijo: em alguns pontos o sabor era predominantemente provolonístico, em outros de cheddar. É claro que nenhum dos outros dois queijos teve alguma chance de ser encontrado ou reconhecido.<br /><br />Quanto aos demais ingredientes, os únicos realmente perceptíveis foram justamente os extras: a salsa e a cebola (crua). A salsa fazia presença visual e na textura, e a cebola, é claro, com seu sabor e textura peculiares sempre era reconhecida quando aparecia em algum pedaço. Quero ressaltar que nenhum dos ingredientes superficiais (tomate, cebola, milho, ervilha, cebola e salsa) apareceu estavelmente por todo o xis, mas sim esporadicamente, a ponto de muitas vezes nem ser percebidos (abaixo o infinitivo pessoal).<br /><br />Com certeza a Casa do Gélson oferece xis muito superiores e mais bem-construídos do que este, portanto devo voltar lá nas próximas semanas e pedir o que me der na telha (Bacon, Strogonoff, ou Filé ao Molho Branco, talvez Calabresa ou Frango Catupiry). No mais, a Casa do Gélson é definitivamente um dos melhores lugares na Zona Sul pra tomar uma gelada curtindo um clima sem frescura e com um pessoal simpátivo (inclusive o próprio Gélson veio dar um lero com a gente, depois da janta, e circulava fazendo comentários semi-humorísticos das situações, tipo "olha as mina encarando meio estrogonofe!"). Pontos massa: Xis gigantesco e claramente intimidante, muitas opções no cardápio (tradicionais e exóticas), ótimo ambiente, estacionamento suficiente na rua. Pontos palha: má distribuição de queijos (devo culpar a mim e ao Charles por ter pedido este xis, e não outro, visto que sou abertamente contra os quatro queijos - vide o primeiro post deste blog), falta estacionamento próprio, fumo restrito à varanda.<br /><br /><strong>Nota final: 8,8</strong><br /><strong></strong><br />E, caso estejam se perguntando, consegui comer o meu quarto inteiro, e o Charles arregou em dois terços.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-12239068165253579982009-12-07T12:11:00.000-08:002009-12-07T14:11:07.682-08:00Willy LanchesFim de semestre é sempre a mesma coisa. Um zilhão de provas, trabalhos e apresentações no mesmo mês, na mesma semana, no mesmo dia. Para mim, que sou professor, a trabalheira é multiplicada por 15. Quinze zilhões de provas, trabalhos e apresentações nos mesmos quinze dias (fonte: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Rethoric">http://en.wikipedia.org/wiki/Rethoric</a>). Veja o leitor que eu não estou justificando aqui o meu hiato de cinqüenta zilhões de semanas, mas sim justificando o xis monstruoso que fiz meu belo corpinho digerir na última Quinta-Feira.<br /><br />Como muitos de vocês devem saber, trabalho na Zona Sul, e isto me dá uma fome monstruosa e me obriga a percorrer as mais sujas chapas desta região. Quinta era a prova final de uma turma muito especial (que compartilha meu gosto gastronômico), então resolvemos sair para tomar uma coisinha e comemorar. Temos aqui dois lugares que costumamos freqüentar: o Arara Blue (ainda por ser descrito aqui) e o Gélson Lanches (que vocês, com certeza, já conhecem por <a href="http://http://gfloco.blogspot.com/2009/07/x-do-gelson.html">aqui</a> e por <a href="http://gfloco.blogspot.com/2009/08/gelson-lanches-parte-ii.html">aqui</a>). Mas era uma Quinta-Feira especial, então resolvemos ir no Willy, já da predileção de alguns dos freqüentadores do CCAA Zona Sul por seu Xis-Bacon-com-Catupiry (repare o leitor que até aqui já temos três tremas no texto, abaixo a reforma ortográfica!).<br /><br />Quem me acompanhava era meu chefe, o Jonas, meu colega Moiséis, meu aluno Charles e sua namorada Andréa (não sei se é com I ou sem). O Jonas carrega consigo a fama de ter passado um ano almoçando meio xis-strogonoff do Gélson todos o dias, tendo engordado apenas cinco quilos. Realmente, é uma façanha.<br /><br />Feitas as guizas de (re)introdução, vamos ao Willy Lanches.<br /><br />Fica na Wenceslau Escobar. Honestamente está impossível achar o número da bagaça na internet, porque aparentemente tem (ou tinha) outro na Juca Batista e só consigo este endereço, mas é fácil de achar: no sentido centro-bairro fica à direita, um pouco antes da Otto Niemeyer e tem um Eucalipto GIGANTESCO bem na frente, meio que não tem como errar. O interior é verde e nos dias frios eles estendem umas lonas na fachada.<br /><br />O bar não tem muita balaca. É todo verde e com luz fria, e nenhum elemento decorativo. Não sei quanto custa a ceva e os xis custam em volta dos nove reais. O cardápio oferece todas as variantes tradicionais de xis, contando com alguns xis-califórnia (com frutas, vai entender) e alguns alaminutas que parecem ser bem bons. Quem quiser desembolsar quarenta e quatro reais pode pedir a picanha Willy na chapa (parece boa). A forma de disposição no cardápio é um tanto excêntrica: eles apresentam, por exemplo, o xis-salada, depois o xis-salada com bacon, depois o xis-salada acebolado, e o mesmo se repete para as outras variantes. Os aditivos Catupiry e/ou Cheddar estão disponíveis por dois merréis a mais.<br /><br />Eu e o Jonas, após uma intensa perscrutada no cardápio, resolvemos das trabalho aos chapistas e pedimos, cada um, um Xis-Calabresa Acebolado com Bacon (uma opção off-menu, como é o nosso dileto Xis-bacon com catupiry).<br /><br />O xis não demorou mais de dez minutos, o que é normal nesse bar. Acho que o tempo poderia ficar em segundo plano, pois as calabresas estavam um pouco mal-passadas. Devido a este reduzido tempo, quando o garçom saiu da cozinha com os xis na mão achei que não era o nosso pedido, mas o principal fator que motivou meu engano foi o fato de que os xis pareciam mais duas porções grotescas de calabresa pura.<br /><br />Sim, meu xis veio com calabresa por cima. Não era um monte de calabresa, mas o suficiente pra me deixar assustado. Por cima do xis veio também alguns anéis de cebola frita na chapa, e junto com eles alguns miolos de cebola (ponto fora).<br /><br />Não preciso dizer que o bagulho foi cabuloso. O tamanho do xis não foi mensurável devido à zona que meu prato se tornou. Cada pedaço continha umas três ou mais fatias de calabresa. Arregadíssimo. Se a calabresa estivesse torradinha, seria melhor ainda. O xis, suponho, tinha também maionese, alface, tomate, milho e ervilha, embora eu não tenha sido capaz de perceber qualquer um desses elementos. Na verdade, não consegui avaliar porra nenhuma, era muita calabresa pro meu cérebro.<br /><br />O bacon veio em tiras gordas, bem fritas, mas sumiu no meio da zona. Repare o leitor que o bacon sumir é raríssimo, mas desta vez aconteceu. A cebola estava bem frita e em quantidades boas, mas encontrei muitos miolos (os anéis centrais da cebola não-separados e, ainda por cima, mal passados). O pão brilhava com gordura, lindo. Consegui comer apenas metade do xis.<br /><br />Pontos massa: Um xis monstro, com muita banha e arregadíssimo na carne, pode fumar, cardápio flexível e intolerante a vegetarianos, ceva gelada, serviço rápido. Pontos palha: Calabresa mal-passada, cebola mal-passada e com anéis mal-separados, garçom meio burro.<br /><br /><strong>Nota final: 9,2</strong>Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-73741327351146569302009-09-02T05:49:00.000-07:002009-09-14T13:06:03.033-07:00The Best FoodO The Best Food ostenta o título de "Melhor Milk-Shake da Região". Tem um The Best Food na 24 de Outubro, um no Strip Center, e um em Cachoeirinha. Tomem suas próprias conclusões sobre a "região" mencionada. O Milk Shake é bom (R$ 5,00 por 300ml, R$ 6,00 por 500). Tomamos de morango (dividimos meio litro), e fica claro que é feito com sorvete de creme e morangos de verdade. Não tenho muito o que comentar sobre o Milk-Shake, exceto que ainda prefiro o do McDonald's.<br /><br /><br /><br />Diz-se muito sobre este restaurante. Dizem que são os antigos chapistas da lendária Rib's (lanchonete que já fechou e, dizem, tinha a melhor mostarda do mundo (a mostarda ainda sobrevive)). Eu não sei de nada sobre isso, exceto o fato de que tem mostarda do Rib's lá, e os pratos são bem parecidos.<br /><br /><br /><br />A lanchonete é bem arrumadinha, com dois ambientes (em nenhum se pode fumar, grande desvantagem). O único problema do layout é que a chapa fica longe do balcão e é ruim de vê-la (crucial em xis portoalegrense é ver a chapa). Bem à frente tem uma estantezinha com as cobiçadas mostardas do Rib's. A alemoa entrou sem vê-la e comeu tudo sem mostarda. Eu não gosto de mostarda, como sabem meus leitores.<br /><br /><br /><br />O menu é relativamente variado. É dividido em pratos e cheeseburguers. Os pratos são estilo à la minuta, com bifes a pé, frango, salada, batata frita e tudo o mais, e a sempre presente fatia de pão com molho rosé (clássica do Rib's). Estão todos entre 10 e 15 pilas, mais ou menos.<br /><br /><br /><br />Os chesseburguers todos têm algum tipo de molho estranho, e nenhum tem maionese. Ou eles têm molho rosé, ou molho curry. Confesso que nunca fui um fã do molho rosé, então minha opção é óbvia, embora eu tenha um certo receio quanto ao curry no xis. Esta é uma questão bem delicada. O elaborador do menu optou por desviar completamente do padrão portoalegrense, uma opção arriscada, que deu ao seu cardápio um exotismo não necessariamente bem-vindo.<br /><br /><br /><br />O meu xis foi nomeado "Dos Deuses" (pelo chef, não por mim). Ele tinha um hamburguer, queijo, bacon, molho curry, alface, e tomate. A alemoa pediu o "The Best": Bife de frango, queijo, bacon, molho rosé, alface, e tomate.<br /><br /><br /><br />Quando se olha nas propagandas, mais uma vez se receia que o xis seja de estilo completamente americano; redondinho, pequeno e com gergelim em cima. Felizmente, por essas bandas, é comum ser só de propaganda, e os xis normalmente são estilo gaudério mesmo. O The Best Food consegue atingir ainda mais proximidade com o portoalegrense do que, por exemplo, o Joe's, outra lanchonete de estilo americano.<br /><br /><br /><br />O xis é bem altinho, cerca de 4cm, e até não é pequeno, é maior que o do Joe's. O grande problema é o molho. O curry é um pouco forte demais e, com certeza, no meu xis foi colocado em excesso. Gastei uns seis guardanapos pra limpar aquela meleca amarela da boca, e o gosto toma conta de todo o xis. No começo é um charme legal, mas o xis é de segurar na mão (e não comer com talheres) então, ao longo da refeição, suponho, o molho vai escorrendo para o fundo, restando nas últimas mordidas um xis empapado em um líquido/creme de sabor nada sutil. Esta pra mim é a grande falha do xis, o que pode ser resolvido com um pouco mais de parcimônia na aplicação dos molhos.<br /><br /><br /><br />O alface e o tomate estão apropriadamente dispostos sobre o molho que encharca a base de pão do xis. O alface se resume a uma folha inteira, e o tomate colocado em rodelas (que na minha opinião poderiam ser um pouco mais finas, mas se fosse por mim eu pedia sem tomate mesmo). Sobre os vegetais descansa pacificamente o hamburguer, cujo gosto não pude sentir por razões mencionadas acima. Posso elogiar seu tamanho, apropriado ao pão, e sua textura, de carne moída de verdade.<br /><br /><br /><br />Sobre o hamburguer vai outra rodela de pão, como num xis de dois andares. Mas essa rodela de pão, oprimida pela gordura que a cerca e as quantidades descabidas de molho curry, some no meio do xis. Sobre ela vão o bacon e o queijo, mais curry e o pão de cima (no meu caso, neste segundo andar havia também um ovo frito (sem gosto)).<br /><br />O bacon é em tiras apropriadas e, como de costume por aí, não tostadas o bastante. É um dos poucos ingredientes cujo sabor sobrevive à opressão do molho curry. Seu sabor é bem defumado, mais puxando pro americano (estereotipado pelo McDonald's) do que para o ítalo-gaudério (cujo ápice aqui neste blog foi a lancheria do parque). O queijo, não vi.<br /><br />É um lugar muito arrumadinho e para onde se pode levar a namorada, a tia, a vó ou a mãe, mas se formos com nossos amigos tarados e barbudos (citando Roberto Piva) eles com certeza nos tirariam pra bichinha.<br /><br />Pontos fracos: Não pode fumar, excesso de molho curry, molho muito forte, bacon meio mal-passado, um pouco de salada demais, não tem milho nem ervilha, o ovo deve ser pedido especialmente (os caras deviam pô-lo como standard). Pontos altos: um xis bem diferente, um ótimo milk-shake, um lugar bem ajeitadinho onde se pode levar as gurias, tem pratos no cardápio.<br /><br />Nota final: <strong>8,7</strong>Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-15822876433732580972009-08-11T13:41:00.000-07:002009-08-11T14:12:21.766-07:00Gélson Lanches (Parte II)Já falei sobre o Xis-Strogonoff do Gélson (se ainda não leste, basta dar uma olhada ali na direita que tem uma barrinha de pesquisa, bem no topo, daí tu podes digitar "gélson" ali e achar o post certo. OU usa o sistema de tags (logo abaixo da barra de pesquisa), clicando em, por exemplo, Xis-Strogonoff.), mas ontem lá voltei com a alemoa para jantar.<br /><br />Desta vez, resolvemos arriscar. Se o leitor acompanha este blog, sabe muito bem que eu sempre comi Xis-Strogonoff no Gélson. Sabe também que o Gélson faz Xis pra quatro pessoas, o famoso Xis-Calota. Realmente recomendo que o leitor, antes de prosseguir, leia o post anterior sobre o Gélson, pois aqui me deterei apenas ao xis em si e às particularidades da noite.<br /><br />Estava passando Inter x Sport Recife, final do turno do Campeonato Brasileiro. Uma bosta. Mas pelo menos era algo para assistir (leia-se: melhor que Ultimate Fighting). Estávamos só eu e a alemoa, então resolvemos pedir só meio xis. Depois de muito titubeio entre o Strogonoff, o Frango com Catupiry, o Filé ao Molho Branco e o Top Gélson, decidimos pelo Xis-Filé-ao-Molho-Branco (R$ 32 o inteiro, R$ 16 o meio), pela metade e dividido em dois.<br /><br />Deve ter demorado uns 15 ou 20 minutos pro xis chegar. Dessa vez não houve a surpresa de ver uma montanha de strogonoff, pois o xis não era coberto pelo seu recheio, mas sim em disposição tradicional. O grande diferencial, claro, é que se trata na verdade de um quarto de xis, então os cortes no pão ficam evidentes. Mais um diferencial: embora o xis não viesse literalmente coberto de filé e molho branco, o recheio transbordava pachola para os lados do xis, uma linda cena. Pedimos sem catchup, sem mostarda (por motivos já esclarecidos em nosso primeiro post) e sem ervilha (por causa da alemoa). Isto incluía escalopes de filé, molho branco, cebola (não vi), salsa (não vi), maionese, alface, tomate, ovo e queijo.<br /><br />Um problema: encarando o quarto de xis assim, diretamente, sem ser ofuscado por recheio em cima, nota-se que é meio pequeno comparado a um xis normal, e é quadrado. Isto não é um problema tão grande quanto no Joe's (por exemplo), pois trata-se (é sabido) de um xis arregadíssimo: Os nacos de filé são grandes e torudos, há de se cortá-los antes de comer, e o molho é bastante saboroso, embora não tenha tanta distinção do molho de Strogonoff quanto se espera que o faça.<br /><br />A maionese é saborosa na medida certa, embora eu a considere desnecessária no xis, e acaba atrapalhando o sabor do molho branco (que, de branco, tem pouco). O tomate é bem fresco, e portanto presente, fornecendo um sabor bem adocicado junto com a maionese, um bom contraponto à carne e ao molho, bem salgado. O queijo é quase sem importância, não me lembro de ter reparado nele. O mesmo posso dizer sobre a salsa e a cebola, que, julgo, nem vieram. O alface é em quadradinhos (não cubinhos), e também some no resultado final. O molho, como no strogonoff, mostrou sinais de congelamento, apresentando-se "talhado" em alguns pontos, o que não atrapalha tanto, até ajuda a pegá-lo com garfo.<br /><br />Com certeza esse é um xis do qual eu agüentaria comer meio. Fiquei até meio arrependido de não tê-lo feito, e a alemoa compartilhou deste sentimento. Problema: meio xis, embora mais arregado e com mais capricho que no Speed, acaba saindo por volta de quinze merréis, o que, embora não seja injusto, pesa bastante no bolso.<br /><br />Sempre vale a pena ir no Gélson, se se está com pouca fome ou pouco dinheiro, basta levar alguém e dividir meio, não é uma monstruosidade mas já é uma janta decente. Se quiser pegar pesado na monstruosidade gastronômica sulriograndense, dá pra encarar meio inteiro sozinho, ou dividir um inteiro em dois, ou ir com duas pessoas e pedir dois meios, ou o que quer que seja. Estou planejando dividir um inteiro entre três pessoas e ver no que dá.<br /><br /><strong>Nota final: 8,5</strong><br /><strong></strong><br />PS: A Heineken continua quatro pilas. Se beber, não jogue Top Gear 2.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-27356397605808877892009-08-10T12:48:00.000-07:002009-08-11T13:35:17.353-07:00Joe'sSempre ouvi o Joe's ser referido como "Jóis", o que não é nem bom nem ruim, apenas interessante. É, de fato, um lugar bem interessante. Meus pais sempre o epitetaram como "o melhor Milk Shake de Porto Alegre". De fato, é uma lanchonete aureolada com certa mística, visto seu estilo americano clássico de sentar no balcão e ver o xis sendo feito.<br /><br />Foi minha primeira vez no Joe's e, confesso, eu temia receber um xis bacon do tamanho e formato de um xis do McDonald's, ou seja, um hamburguer americano e não um xis gaudério. Não posso dizer que o que me foi servido se encaixa em uma ou outra categoria, bem como não posso afirmar que é um meio-termo. Desenvolverei mais sobre o xis mais adiante.<br /><br />O Joe's fica no alto da Ramiro Barcelos, pro lado da Cristóvão, quase em frente ao Colégio Bom Conselho. É uma vizinhança muito bonita e é muito bom ficar sentado nas mesas da calçada olhando as bundas passarem pra lá e pra cá. É uma lanchonete razoavelmente pequena, que tem mais ou menos uns 15 bancos altos no balcão, e algumas mesas plásticas na rua. É muito bonita e ajeitadinha, toda em vermelho e cinza metálico. Não posso discorrer muito sobre o interior da loja, visto que era uma linda segunda-feira de sol após as fortes águas do primeiro fim-de-semana de Agosto, e por isso me sentei do lado de fora, para poder fumar e olhar as bundas com a alemoa.<br /><br />O cardápio é certamente diferenciado. Começa pelo xis simples, a cinco reais, que tem hamburguer, queijo e maionese. O xis bacon custa sete reais e só tem o bacon a diferí-lo do xis simples. O xis coração, por exemplo, vem com ervilhas, tomate, queijo, coração e maionese. É certamente difícil entender porque só esse xis tem tomate, e os outros não, e por que eles não têm alface. O xis milho também aparece como opção no cardápio, o que demonstra o modantiguismo do lugar, visto que o milho, com os tempos modernos, passou a ser ingrediente quase obrigatório de qualquer xis, sendo o xis milho uma peça razoavelmente rara (só me lembro daqui e das lanchonetes do Zaffari, que em breve serão aqui comentadas).<br /><br />Este cardápio demonstra um certo cuidado no equilíbrio e personalidade de cada xis, o que achei muito interessante mas não tenho certeza se é bom ou ruim (afinal, nada impede de pedir pra pôr tomate no xis bacon (claro que assim se pagará mais caro). O ovo também aparece como opcional em todos os xis, a cinqüenta centavos, outro ponto relativamente fraco (na minha opinião, todos os xis devem vir com ovo e, se o cliente não quiser, que peça sem. De qualquer maneira, é um cardápio interessante. O bar também tem opções de torradas e etc, mas nada que fuja do carne-queijo-e-pão.<br /><br />Vai-se ao balcão e pede-se o que quer e depois senta-se, suponho que, quando cheio, o estabelecimento use números para identificar os clientes e seus respectivos pedidos. Eu pedi um xis-bacon e a alemoa um xis-coração. Ambos pedimos coca-cola (aquelas de garrafinha, a melhor de todas) e a brincadeira saiu por R$ 19,50. Pensei em pedir um Milk-Shake de morango, mas os safados estão achacando-nos por R$ 8,50 o meio litro. Mesmo se for o melhor de Porto Alegre, NADA justifica cobrar esse preço por três bolas de sorvete com leite. Mesmo assim, devo voltar para experimentar.<br /><br />Chegou o xis e o tamanho me deixou receoso. É decididamente menor que um xis, digamos, do Cavanhas, mas é maior que o McDonald's, e é prensado. É do tamanho aproximado de um pires, com altura de cerca de um centímetro e meio. Como dito, o xis-bacon vem com maionese, um hambúrguer, bacon, queijo e ovo, no pão de xis (só que menor). Achei que ficaria com fome.<br /><br />O queijo é bem arregado e derretido, e o ovo é com a gema meio que misturada ao resto, bem amarelo-clara, do jeito que a alemoa gosta (eu ainda quero ver um xis com a gema bem mal-passada, pra gente se sujar todo, deve ser uma beleza, mas assim só os que faço em casa, e a alemoa acha um pecado). A grande estrela das mordidas da borda é a maionese. De estilo ácido e adocicado, ela prevalece nos primeiros pedaços e os que mais beiram as bordas. Talvez isso seja má-distribuição, mas eu gostei, é uma boa maionese, não fica fria em nenhuma parte e combina bem com o xis.<br /><br />O hambúrguer é de estilo bem caseiro, com um sabor bem pronunciado de cebola. O gosto parece mesmo com um hambúrguer feito em casa com ingredientes do super. É de espessura média, mais ou menos meio centímetro, e veio num bom ponto, sem estar torrado ou róseo no centro. Encontrei, de fato, alguns nódulos irreconhecíveis e imastigáveis, embora não parecessem ósseos, dentro da carne, ponto contra. O bacon é em tiras, e tem um sabor muito suave, muito suave mesmo. Cobre todo o hambúrguer e é fácil de cortar com os dentes (não se fica com pedaços de bacon pra fora da boca, o que é um risco quanto se coloca bacon em tirinhas).<br /><br />O xis-bacon do Joe's não é nenhum monstro. É relativamente leve e pode não satisfazer os iniciados, que precisarão de dois, quiçá três deste prato. Em contraponto, tem um sabor bem definido de xis de lanchonete (o que me refiro como xis-bacon clássico), mais ou menos como o da lanchéra, mas com um bacon muito mais discreto e sem salada, e com um hambúrguer mais caseiro. É muito bom, e seu principal problema é o tamanho.<br /><br />O xis-coração trouxe a bela surpresa do tomate temperado com orégano, o que deu um sabor italiano bem peculiar ao xis, mas eu só dei duas mordidas, então não posso tecer um comentário mais prolongado.<br /><br />Resumindo, o Joe's é muito bom para levar pessoas frescas em geral, por oferecer um xis leve e apropriado a toda sorte de frescuras (vegetarianismo, bichisse, não gostar de ervilha, etc.), portanto um bom lugar para ir acompanhado de não-iniciados. Aqueles procurando por um xis gordão e pesado podem se decepcionar seriamente. "Saboroso" é muito mais apropriado que "arregado", mas o xis não é "nos dedo". Principais problemas: coisas na carne moída que pareciam nervos, não tem salada em todos os xis (não é necessariamente ruim, mas decididamente não é um ponto a favor, visto que acaba aumentando o preço), ruim de estacionar, preço extorsivo de milk shake, não pode fumar dentro, o xis é pequeno e pode custar o mesmo que o Speed. Principais coisas massa: um lugar agradável onde se pode fumar do lado de fora, um xis bom para minas, senhoras, vegetarianos e viados em geral, paladar estilo americano anos 50 com decoração congruente.<br /><br /><strong>Nota final: 7,9</strong><br /><strong></strong><br />No mesmo dia em que almocei no Joe's, jantei no Gélson com a alemoa, portanto hoje teremos rodada dupla (se possível).Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-59494381424522096512009-07-17T14:48:00.000-07:002009-07-20T14:40:24.545-07:00Lancheria do ParqueSe o leitor não conhece a Lancheria do Parque, isto deve ser um sinal claro de que não é portoalegrense, ou, se o for, não merece minhas palavras, e isto por diversos motivos que quem não compreende não deve compreender. Não que eu ache que há algo de especialíssimo neste lugar, o que também não significa que eu não goste dele. Apenas evito babar o ovo por purismo ou tradição.<br /><br /><br /><br />A Lancheria do Parque fica defronte ao Parque Farroupilha (também conhecido como Parque da Redenção, Redença, Redenga, e outros), se você considerar que aquele parque tem uma frente, e que esta frente é na Oswaldo Aranha. O endereço da Lancheria, então, fica tipo Oswaldo Aranha 1086 (se não me engano). Conheço este bar faz muitos anos, e me sinto um pouco desconfortável tendo como público leitor pessoas que não sabem do que se trata, portanto não darei detalhes demais.<br /><br /><br /><br />Como é um estabelecimento que goza de certo prestígio e reconhecimento da comunidade, é conhecido já por diversos apelidos. Entre meu grupo de amigos e conhecidos referimo-lo como "Lanchéra", mas já vi diversas outras ocorrências, dentre estas a curiosa "Banheirão", por causa dos azulejos que revestem (e, suponho, sempre revestiram) as paredes do lugar. No mais, não há muito o que dizer sobre o local, exceto que é muito bem localizado e com estacionamento relativamente conveniente (nas áreas azuis da Oswaldo e cercanias - Fernandes Vieira, João Telles, etc.). A chapa do xis fica atrás do balcão, bem visível, assim como os <span style="FONT-STYLE: italic">displays</span> de frutas frescas e um daqueles negocinhos de acomodar salgados (pastéis, empadas, etc.). E há uma cozinha aos fundos. Perto da porta está o <span style="FONT-STYLE: italic">buffet</span>.<br /><br />Não é um lugar que tem ênfase no xis, e justamente por isso fui criticado ao anunciar que o criticaria neste blog. A lanchéra serve Carreteiros, Bifes à Parmegiana, Alaminutas, torradas, e toda sorte de comidas de se comer na rua, além do <span style="FONT-STYLE: italic">buffet</span> (livre com 1 carne, mais ou menos 6 pilas, dependendo do dia). O melhor prato da casa é o pastel (R$ 1,80), sempre de carne (não é necessário especificar o sabor, suponho que só haja de carne). Ele não é feito na hora mas acho que sai de hora em hora. É muito recheado com carne moída (que lembra muito o hambúrguer da casa), ovo e tempero verde, e é do formato tradicional meia-lua, tamanho <span style="FONT-STYLE: italic">standard</span>. <span style="FONT-STYLE: italic"><br /><br /></span>Pois pedi o xis bacon, e um suco de laranja, banana e maçã (dividi o suco com a alemoa, R$ 2,70)<span style="FONT-STYLE: italic">. </span>A alemoa fui ao buffet<span style="FONT-STYLE: italic"> (</span>com uma carne extra).<br /><br />O tamanho do xis não amedronta, ele é prensado e tem cerca de 2,5cm de altura. O estudo posterior revelou 75% de recheio nessa polegada. Ótimo. Os ingredientes são pão, maionese, milho, ervilha, alface, tomate, um ovo frito, queijo mussarela, hambúrguer e bacon. A maionese estava um pouco em excesso, às vezes deixando-se ver envolvendo completamente os outros elementos. Ela é gostosa, embora um pouco ácida para mim. Entretanto, não caberia aqui fazer a maionese mais salgada, como veremos a seguir. O milho e a ervilha praticamente sumiram.<br /><br />O alface é em pequenos pedaços irregulares, e como principal defeito apresentou um pouco de talo em excesso. O tomate é em cubinhos e quase sumiu. O ovo tem a gema consistente, bem cozida, de cor amarelo-claro, e é coberto por (julgo) duas fatias de queijo. O xis, de baixo pra cima, é: pão (bem fininho), maionese, milho, ervilha, bacon, carne, bacon, ovo, queijo, tomate, alface, maionese e pão.<br /><br />O hambúrguer tem cerca de meio centímetro de espessura e estava um pouco mal-passado, de cor rósea (o que não é lá muito bom pra carne moída, mas pelo menos não estava torrado, o que seria fatal). Não é muito temperado e cumpre mais um papel de textura do que de sabor.<br /><br />A principal estrela do xis, é, como seria de se esperar, o bacon. Ele é mais parecito com a <span style="FONT-STYLE: italic">pancetta</span> italiana do que com o bacon americano. É apresentado em pedaços altamente irregulares, variando de cubinhos a tirinhas, pelancas e fiapos de carne defumada. Algumas partes lembram o sabor do presunto. Ele aparece por baixo e por cima do hambúrguer, e rouba a cena em todas as mordidas ("mordidas" <span style="FONT-STYLE: italic">lato sensu</span>, visto que é um xis "de prato"). O único problema é que ele poderia passar um pouco mais de tempo na chapa (o que, na ocasião, era viável, visto que eram quatro e quinze da tarde e o xis chegou em 5 minutos, mas que seria incoerente num Domingo). Às vezes ele parece demasiado "forte", salgado e de presença, mas quem não quer bacon num xis bacon?<br /><br />Embora de tamanho normal, é um xis incrivelmente gordo e pesado, de sabor incrivelmente marcante e intimidante, definitivamente um xis que, inteiro, seria só para os iniciados (os demais satisfariam-se com meio). Ainda sobre este ponto, eu e minha prima Stephanie, que deve ter mais ou menos uns 11 anos (sou péssimo para a idade de crianças, desculpem-me), uma vez pedimos um inteiro pra cada um, ela ajudou com suco de laranja (natural, cerca de R$ 2,00) e eu com coca-cola (naquelas garrafinhas de vidro que todo mundo acha A MELHOR DE TODAS, R$ 1,80), e nós conseguimos mais ou menos 75 por cento (ela é páreo duro, minha família não é brincadeira). Mais uma curiosidade: meu amigo Pedro Garcia costumava (e, suponho, ainda costuma) ir à Lanchéra em horários pouco movimentados para instruir o chapista (assim ó: ele pedia o xis pro garçom, e quando o garçom berrava "X-Bacon!" ele chamava o chapista e falava "Frita bem o bacon", ou mesmo pedia direto pro chapista e depois pedia pro garçom anotar) a respeito do xis.<br /><br />Em suma, a lancheria pode ser um bom lugar para ir com nossos amigos barbudos, carecas, tarados e etc. a fim de sublimar as tristezas quotidianas com porco frito, embora não seja o lugar ideal pra isso, visto que não se pode fumar e nem agir como um bêbado fanfarrão, devido ao clima iminentemente semi-familiar bomfinesco (os portoalegrenses entenderão), e também pode ser um bom lugar para levar a mina (mesmo que sua mina seja meio fresca (se ela for MUITO fresca pare de ler agora e vá conversar naquele canto junto com os vegetarianos)), com o propósito de fazer a preza deixando ela comer salada, pastel, bife ou sucos naturais enquanto nos afogamos no êxtase junkie que fica grudado nas chapas de Porto Alegre e só é extraído mediante inúmeros esfregões de carne, gordura, sal e aquelas espátulas afiadíssimas que talham lombos, corações, hambúrgueres...<br /><br />Desculpem a digressão, *ahem*. É um bom lugar pra levar a mina e deixar ela comer o que quer (e também é um bom avaliador: dá pra levar uma mina semi-conhecida e ver o que ela pede, pra ver se ela é digna de atenção - embora eu não seja adepto desta prática, visto que prefiro levar sempre a mesma mina) e pedir o que se quer também (o carreteiro serve dois e é bom, R$ 17,00 - eu acho), sem necessariamente se afogar na banha. Também não é o lugar IDEAL pra se levar a mina, visto que a iluminação é branca estilo fast-food, e meio cheio às vezes, e acotovelante, e pode ser difícil arrumar lugar pra sentar - em suma, ninguém vai ficar a fim de transar ali. E tem a grande desvantagem da proibição do fumo.<br /><br />Então, a Lanchéra não é o melhor lugar pra nada, mas está bem longe dos piores. É um bom lugar pra ir quando se está nas redondezas, e quem não conhece certamente deve visitar. Se alguém quiser pedir outro xis e depois enviar suas impressões via comentários, é bem-vindo. Se quiser descrever mais longamente o que achou, crie seu próprio blog e depois aguente minhas acusações de ter roubado minha idéia.<br /><br />Principais problemas: não pode fumar, muito cheio (às vezes, em horários bem definidos), não pode fumar, o bacon podia ser um pouco mais frito, não pode fumar, podia ter um pouco mais de queijo, não pode fumar, o pastel está caro, não pode fumar, muita maionese, não pode fumar, pouco milho e pouca ervilha (sutilmente), não pode fumar. Principais coisas massa: alta chance de encontrar algum amigo, xis saboroso pra caralho, outras opções de rango, muito variadas, suco bom e barato, não é caro, tem um monte de bebida, dá pra beber legal (se for não-fumante), é bem perto das festas e fica aberto até mais tarde (não muito)<br /><br /><strong>Nota final: 9,2*</strong><br /><strong></strong><br />*Eu gostaria de esclarecer, aqui, que a nota se refere tanto ao xis em si quanto ao estabelecimento em geral, com mais ênfase no primeiro (por exemplo, se eu for dar nota a dois xis diferentes do mesmo estabelecimento, a nota pode diferir bastante, pois o xis importa mais).<br /><br />Mais uma nota: inauguro, hoje, o sistema de tags, assim, conforme cresce nosso <em>corpus </em>de análise, ficará mais fácil encontrar xis-calabresa, xis-bacon, ceva gelada, etc.<br /><br />Outra coisa (a última): o número de pessoas que comentou no blog foi infinitamente menos do que o número de chatos que reclamaram que não tinha comentários, espero que vocês pensem sobre isso enquanto vão tomar no *fiu* (essa a alemoa riu, todo o resto achou sem graça).Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-67696788064987174412009-07-10T06:21:00.000-07:002009-08-11T13:35:41.343-07:00X do GélsonPassei muito tempo de minha vida sem frequentar a zona Sul de Porto Alegre. Meu tempo de gostar de passear de carro sem dirigí-lo foi breve, e eu era muito pequeno. Com o tempo, inevitavelmente passei a visitar este lado da cidade esporadicamente. Hoje trabalho aqui, e posso experimentar um tipo de junk food que é mais raro de encontrar em outros cantos do portinho.<br /><br />Na região da zona Sul onde trabalho, há três xis dos quais ouço falar mais freqüentemente: o Willy, o Gélson e o Coqueiro. Estes dois últimos têm algum tipo de relação entre si - ex-sócios, ex-donos, ex-chapistas, cornos e etc., não sei precisar, e este não é o meu assunto. O Gélson e o Coqueiro também compartilham o hábito de servir xis que alimentam 4 pessoas, às vezes conhecidos como x-calota, por causa do tamanho, ou, como definiu minha amiga Kei, x-pizza-a-metro.<br /><br />Este fato, por si só, já é digno de folclore. Qualquer amante da má comida adora ver, disposto na mesa do bar, quase um metro quadrado de porcaria frita na chapa. Entretanto, aparentemente, para esses caras isto não é o suficiente. Eu vou tentar contar, deixando mais particularidades para o final, que pode (ou não) ser surpreendente.<br /><br />O X do Gélson fica dentro do Piscina Clube Tristezense. Se o leitor não conseguiu concluir que isto fica no bairro Tristeza, está convidado a matar-se rápida e indolorosamente. Sabendo onde fica o McDonald's da Wenceslau Escobar, fica fácil encontrá-lo, é na rua Doutor Armando Barbedo. Qualquer questão mais precisa pode ser resolvida em <a href="http://www.lmgtfy.com/?q=x+g%C3%A9lson+porto+alegre">http://www.lmgtfy.com/?q=x+g%C3%A9lson+porto+alegre</a> . Tem estacionamento do próprio clube que não precisa pagar. E reza a lenda que quem come um xis inteiro não precisa pagar o segundo.<br /><br />O ambiente é, no mínimo, diferenciado. A lanchonete fica do lado de uma quadra de futebol de salão, e se pode escutar os alaridos viris dos banhudos suados pulando sobre as tábuas. Isto é bastante confortante, para os habituados a este tipo de ambiente. Mesmo assim, não deixa de ser um bom lugar para levar as minas, visto que não é muito sujo nem barulhento. Digo isto tendo em mente que o meu leitor tenha o cuidado de escolher uma boa namorada, que o acompanhe neste tipo de empreitada quase canibalesca. Acho que a minha parceira gostou bastante do lugar. Para ela o único problema foi que a cerveja era Bohemia. Não sei o que ela viu de errado nesta cerveja.<br /><br />Aliás, um dos pontos fortes do bar: A Heineken está em promoção por R$4,00.<br /><br />Então tu chega, senta e pede a bira. Olha o cardápio. Tem uma lista de xis, uma de biras e uma de alaminutas. Meio xis custa de 10,00 (x-carne) a 17,00 (strogonoff, quatro queijos, filé ao molho branco, top gélson). Um inteiro custa de 20 a 34. Estávamos em cinco pessoas: eu, a alemoa (e aqui é a primeira vez que lhe ponho um nome neste blog), o beisso, meu chefe e sua esposa (ou, melhor, minha chefe e seu marido). Isto gerou certa discussão: o xis fora concebido para quatro pessoas - então o que seria melhor: um xis inteiro ou um e meio? Se a resposta a esta pergunta não for óbvia ao leitor, ele fatalmente está fadado ao mesmo destino dos que não entenderam que o Clube Tristezense fica na Tristeza. E dos vegetarianos.<br /><br />Meus chefes pediram meio X Top Gélson. Os ingredientes que o diferenciam dos demais xis do cardápio são filé, bacon, palmito e azeitona. Eu, a alemoa e o beisso pedimos um X Strogonoff. Ele também vem com batata palha, mas não tem champignon. Um dos problemas de cardápio se revela neste momento: todos os xis têm, por ingredientes <em>standard</em>, alguns itens desnecessários: catchup e mostarda DENTRO DO XIS (por padrão, algo contra o qual já discursei em meu post introdutório <a href="http://gfloco.blogspot.com/2007/07/guizas-de-introduo-sem-cebola.html">http://gfloco.blogspot.com/2007/07/guizas-de-introduo-sem-cebola.html</a> ) e cebola (crua). Tive que restringir um pouco meu pedido, sem catchup e mostarda, sem cebola e sem ervilha (por causa da alemoa).<br /><br />O X Top Gélson chegou primeiro. Como era só meio xis, não dá pra ter noção do quão sem-noção a coisa pode chegar a ser. Era um pão de xis comprido e retangular, mais ou menos da forma de dois xis lado-a-lado. O Xis já é servido repartido, neste caso em dois. Meu chefe diz que come meio xis inteiro (com o perdão do oxímoro).<br /><br />Observando o xis, ele parecia bem saboroso. O recheio claramente predominava, e o pão ficava bem fininho, provavelmente pela ação da prensa. Outro ponto positivo: o pão, por fora, é de uma cor marrom-alaranjada muito bonita, e é servido lustroso, sujo de sujeira de chapa, um primor. O xis é servido no prato à maneira tradicional portoalegrense: com os talheres cravados em cima. Este procedimento, embora inferior ao polegar opositor, saquinho e guardanapo, tem de ser adotado neste caso, como o leitor verá mais adiante.<br /><br />Agora, o cheiro denuncia certo movimento alarmista na cozinha, cheiro de molho branco e carne, a garçonete atravessa o balcão, recolhe o que deve recolher e vem em nossa direção, trazendo três pratos e uma agradável surpresa: um marmitex com o quarto do xis que, provavelmente, sobrará.<br /><br />Ao ver os pratos vindo, já se pode notar algo intrigante, não há um xis, mas sim alguma coisa que ocupa toda a superfície do prato e se acumula a uma altura de mais ou menos 6 centímetros. Aquela abundância toda, então, aterriza em sua frente, e se pode notar: é um monte de strogonoff com batata palha por cima.<br /><br />Caso o leitor seja um completo cuzão, eu vou explicar o que é strogonoff: um prato, normalmente servido com arroz e batata palha, que consiste de carne (normalmente filé), champignon, molho de tomate e molho branco, tudo misturado.<br /><br />E, justamente aí, pisa o pulo do gato. O xis aterriza e se começa a perscrutá-lo com os talheres, para descobrir-se que se trata, na verdade, de um xis completamente coberto com strogonoff, de pedaços graúdos de carne e batata palha. Mais um fato digno de folclore.<br /><br />No começo, comi alguns nacos de carne, que de tão grandes às vezes tiveram que ser cortados ao meio, e pescados com a batata palha. Um dos problema mais evidentes é que se trata claramente de um strogonoff congelado e descongelado, visto que o molho é levemente nodoso e talhado, qualidades essas que apresentaram variabilidade gradual em minhas visitas. Isto não atrapalha tanto.<br /><br />Sei bem, o leitor está curioso sobre o xis propriamente dito, que subjaz o strogonoff com batata palha. Trata-se, sim, de um xis "sem recheio": alface, tomate, maionese, milho, ervilha, cebola, catchup, mostarda (embora eu não possa discorrer sobre esses quatro últimos itens) e, mais uma agradável surpresa: um creme branco que lembrava muito nosso amado catupiry. Tanto o xis quanto seu recheio/cobertura são muito saborosos, sem serem muito fortes (sobre este ponto do xis ser "forte", minha chefe discorreu sobre o Top Gélson, dizendo que esse sim era forte, com um sabor azedo (proveniente, supõe-se, da azeitona e palmito), e que o filé era muito bom, isto disto por ela que normalmente pede x-bacon sem carne).<br /><br />O alface é em tirinhas e o tomate em cubinhos, o alface está presente em toda a superfície e o tomate se restringe a um cubinho por "mordida", muito boa dosagem. A maionese é discretíssima, deve aparecer mais nos xis sem molho. O "catupiry", ao cortar-se o xis, escorria para fora e mesclava-se, lenta e hetereogeneamente, ao molho do strogonoff. Apoteótico. O strogonoff denunciou, por vezes, cebola mal frita e demasiado crocante e saborosa, roubando um pouco a cena da carne e deixando aquele bafo chato, sem contar o retrogosto de CO2.<br /><br />Principais problemas: a garçonete não sabia de cor que cervejas o bar tinha, o strogonoff é meio mal-aquecido ou mal-descongelado, tem catchup e mostarda dentro do xis por padrão, cebola crua. Principais coisas massa: Arregado pra caralho, monstruoso e intimidante, bastante carne, um xis bem diferenciado, ceva gelada, bom ambiente onde se pode fumar à vontade.<br /><br />Se o leitor é da zona Sul, com certeza conhece esse lugar. Se não, vale a pena conhecê-lo, é um ambiente bem familiar e descontraído, a comida é muito boa e com certeza vale seu preço (pedindo meio xis-salada para duas pessoas, os dois comem bem e se gasta, ao todo, dez reais).<br /><br /><strong>Nota final: 9,2</strong>Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-467309330671225802009-07-05T19:12:00.000-07:002009-08-11T14:13:58.231-07:00SantaféO Santafé que conheci fica na Anita Garibaldi, bem pertinho do Zaffari (na verdade, fica bem do lado do posto que tem ali na esquina com a Silva Jardim, que era Ipiranga e agora é Shell), acho que eles têm outra lanchonete, mais pra zona Norte, não tenho certeza. O ambiente é bem legal, quem passa na frente vê os carros estacionados (se estaciona na calçada, bem recuada e com bom acesso, o problema são os manetas que estacionam torto ou deixam vagas que só cabe um fuca). A grande parte do bar é a céu aberto, e mesmo dentro a sensação é de semi-outdoors.<br />A parte "interna" é construída ao redor de um trailer, dentro do qual ficam as chapas. Como todo bom xis, dá pra ver a chapa de qualquer lugar do bar. Eu já conhecia o Santafé, e estive lá hoje com aquela que me o apresentou.<br /><br />Em termos de cardápio, o bar é bem versátil. As bichinhas vão ficar bem felizes, visto que o bar tem, no cardápio, um xis vegetariano e um xis "simples"; só carne, queijo e, se não me engano, maionese. Assim os frescos não precisam pedir xis-salada sem salada. Os melhores xis custam 9,00, e o simples custa 6,50. Um pouco salgado, mas considerando a localização, sensato.<br /><br />Uma curiosidade do cardápio: Os ingredientes básicos do xis do Santafé são alface, tomate, maionese e pão (a maionese é imperceptível e não lembro exatamente se ela está descrita no cardápio, que dá os ingredientes de todos xis). Isso quer dizer que, se tu gosta de milho, ervilha e ovo, tem que pedir e pagar mais ou menos uns 50 centavos ou um real. Tem também outras opções de "extras", entre elas bacon, cebola e queijo duplo.<br /><br />O xis preferido daquela que me acompanhava era o "X Santafé". Como era a opção principal da moça, qualquer leitor homem pode concluir que era o mais caro. MAS, em defesa do sexo dito frágil, confesso que a minha opção custava o mesmo preço. O X Santafé, se não me engano, era de filé com quatro queijos (não tenho certeza, tenho que confirmar com a cosquerída). Ela sugeriu que pedíssemos esse, com o adicional da cebola.<br /><br />A minha opção era o "X Malvado". No cardápio, é descrita a incomum combinação de calabresa com bacon. Ao receber esse xis pela primeira vez, o leitor (se não tivesse me lido) teria a agradável surpresa de encontrar, além da calabresa e do bacon, um hamburger de cerca de 70g.<br /><br />O hamburguer é muito bom, temperado na medida certa e sem ser processado demais. A carne é dura o suficiente para oferecer certa resistência na mordida mas não periga vir toda em uma mordida só porque os dentes não conseguiram cortá-la direito (sim, é um xis de comer na mão e não no prato). O único problema do hamburger é que seu sabor é ofuscado pela calabresa e pelo bacon.<br /><br />A calabresa é defumada, cortada bem fininha e bem frita, e por causa disso sua textura e sabor se confundem bastante com o do bacon utilizado. A linguiça não tinha gordura em excesso e nem pedaços bizarramente duros. O bacon é cortado em cubinhos e também é bem frito, a proporção do bacon é mais ou menos 40% gordura e 60% carne, eu acho muito bom assim. Estes dois ingredientes não são postos em camada, mas misturados sobre o hamburger, uma idéia muito boa. Embora de sabor muito marcante, o bacon e a calabresa não são arregados demais, então o xis não fica muito forte.<br /><br />O pão é novo, e um pouco mais fino do que os pães standard de xis portoalegrense, o que deixa mais espaço pra carne. O tomate é cortado em cubinhos e é bem pouquinho, mais um ponto a favor. O alface é a melhor característica do reino vegetal: uma folha só posta em direto contato com a maionese, sem ser cortado em tirinhas ou qualquer coisa do gênero. O xis é prensado.<br /><br />No geral, é um xis muito diferente e muito bom, as carnes interagem muito bem com os vegetais, e é tudo na medida certa. Pedimos um xis malvado partido ao meio e uma batata frita pequena (que não é lá tão pequena), comemos tudo e ficamos bem satisfeitos, tomando três cevas. As cevas foram um pequeno problema, pedimos uma polar e ela veio completamente congelada, derramando ceva afu. Trocamos para original e essa nem veio, também congelada. Ficamos com minha opção primeira: Serramalte.<br /><br />Moral: Se tu quer um xis mega arregado e gorduroso, o Santafé definitivamente não é o lugar pra isso (dependendo do humor, acho que consigo meter dois xis deles). Se tu quer um xis legal pra levar a mina, é aqui mesmo. O clima é muito bom e o xis não é intimidante e é de muito bom paladar. Principais problemas: não é um xis monstro; não vem com ovo, milho e ervilha (tem que pedir e pagar mais por isso); a ceva veio congelada; é um pouco caro demais; o atendimento é um pouco lento e o tomate estava um pouquinho verde. Coisas massa: um xis com hamburger, calabresa e bacon; pouca salada e pouca maionese; bom pra levar a mina; ótimo ambiente onde se pode fumar à vontade; bom estacionamento.<br /><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold">Nota final: 8,9</span> (a alemoa ainda considera esse o melhor xis de porto)Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-21914920275662490282009-06-30T16:30:00.000-07:002009-08-11T13:36:17.818-07:00Papa LanchesO Papa Lanches que conheci fica entre o Speed I e o Speed II, na Lima e Silva (se você não sabe onde é o Speed, pare de ler <strong>agora</strong>). Parece que tem outro, em outro lugar. Não sei.<br />Eu nunca tive muitos motivos pra ir nesse lugar, afinal tem outros xis tão bons ali por perto, e não parece um lugar especialmente ajeitadinho e agradável ou com um xis porcão e gorduroso. Mas a companhia que tive naquela tarde foi especialmente convincente. Ela adora xis acebolado, estávamos com fome, eu tinha cancelado minhas aulas da tarde, estava tudo lindo, era uma linda tarde, ela era linda e sugeriu que comêssemos um xis acebolado ali. Sei eu bem que o leitor não tem essa sorte de conhecer uma alma gêmea que lance a idéia de comer um xis acebolado à tarde, portanto, invejai-me.<br />É um lugar legal, não foge do vermelho-amarelo-laranja das lanchonetes <em>standard</em>. As mesas são imitação de mármore, não são feias, mas são um pouco frias, e sempre dão a sensação de engorduradas. Mas quem sou eu para julgar mesas?<br />A princípio, ela me disse que deveríamos pedir no balcão. Deixei para ela esta tarefa. Como ela não gosta de ervilhas, chegamos ao consenso de pedir o xis sem ervilha e sem tomate (dividiríamos o xis).<br />O próprio chapista trouxe o dito cujo, já partido ao meio, achei isso legal. Estava passando o jogo Espanha x Estados Unidos, pela Copa das Confederações. Jogaço, states copeiro.<br />Muito bom o xis. O pão é novo e não é nem duro nem farinhento, nem macio em demasia, como são por exemplo os pães de cachorro quente em geral (pão massinha). A primeira mordida denunciou um excesso de maionese fria, o que, é sabido, não me agrada muito. Suponho ter sido falta de atenção ao espalhá-la no pão, e também em função daquela primeira mordida não ter muito "recheio". O fato de não ter ervilha fez o cara caprichar um pouco mais no milho, suponho. Ponto pra eles. O milho não tinha gosto de conserva e cumpriu bem o seu papel no xis. A cebola era cortada em quadradinhos e toda ela muito bem frita, uniformemente, embora pudesse com certeza ter um pouco de molho shoyu pra dar mais uma personalidade. O principal problema que encontrei foi a carne. Em termos de tamanho, tudo bem, mas achei que a textura deixou muito a desejar. Lembrou muito um hamburguer congelado, com gosto de tempero artificial e sem a mínima solidez. Bastava passar os dentes para cortar a carne. Este com certeza foi o ponto fraco do xis que, repito, não estava nada mau.<br />Em termos gerais, um xis muito bom, equilibrado e sem puxar demais pra nenhum ingrediente específico, se analisado no geral. Principais problemas: maionese mal espalhada, o que gerou excessos em alguns pontos (principalmente nas bordas, onde ficou fria), carne excessivamente processada (poderiam se sair muito melhor com um bife e cobrando 50 centavos a mais). Principais qualidades: cebola muito bem frita e gostosa, complementando bem o resto do xis, pão novo e de boa qualidade, boa quantidade de grãos e bom equilíbrio entre os ingredientes, bom ambiente onde se pode fumar à vontade.<br /><br /><strong>Nota final: 7,7</strong>Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-13266079177873067062009-06-07T20:17:00.000-07:002009-06-07T20:21:46.940-07:00No meu primeiro e último post, prometi que dedicaria meu segundo (e, agora, também último) post a definir meus gostos. Por isso todo este tempo. Achou muito? Ok, então use o espaço de comentários e defina irrevogavelmente o que é bom e o que é ruim no mundo.<br /><br />ANYWAY, venho por meio deste avisar que este blog volta a funcionar, na medida que começo a postar no <a href="http://omelhordopeor.blogspot.com">melhor do peor</a>. Esta semana devo visitar alguma casa de xis e criticá-la.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2244570062287688784.post-14518350850205069852007-07-23T11:51:00.000-07:002007-07-23T12:11:55.673-07:00Guizas de Introdução (sem cebola)Bom, pra começo de conversa, acho útil começar com algumas explicações. Este é um blog quase completamente gastronômico e literário, mas não é esta a questão. Em minhas críticas e resenhas sobre os botecos mais infindos da grande e bela Porto Alegre, existem coisas que o leitor deve levar em conta, jamais se esquecendo:<br /><br />1- <span style="font-weight: bold;">Sou gremista e qualquer comentário futebolístico não deixará de tocar esta questão.</span> Já dizia o poeta: "Não somos como os putos do inter".<br /><br />2- <span style="font-weight: bold;">Eu não gosto de Mostarda.</span> Sério. Sempre peço tudo sem mostarda, inclusive Filés à Côte d'Or. Catchup também está fora da minha lista de ingeríveis espontaneamente, mas até desce. Maionese está OK, mas procuro não a consumir fria. Normalmente não peço nenhum detalhes quanto a molhos quando consumo algum Xis, exceto em casos como o Xis do Caolho (na vila em frente ao campus do vale da UFRGS) ou o Xis Chukre (na parada da PUC), que insistem na besteira de colocar o catchup e a mostarda antes do Xis ir para a prensa, coisa que deveria ser feita pelo consumidor em si, e ao seu gosto, depois de pronto o dito cujo.<br /><br />3- <span style="font-weight: bold;">Tomate também é dispensável.</span> Na verdade, alface também. Mas, para fazer minhas críticas procuro pedir o Xis completo, até para evitar reclamações de parcialidade.<br /><br /><span style="font-style: italic;">Observação: Se você leu até aqui e está pensando "puxa vida, que cara bichinha, cheio de frescuras para pedir xis e ainda quer fazer um blog sobre o assunto", sinta-se à vontade de nunca mais ler o blog, ou de me mandar um e-mail com a sua opinião, afinal é quase certo que eu não vou ler mesmo.</span><br /><br />4- <span style="font-weight: bold;">Ainda não decidi se o meu Xis favorito é de coração ou de bacon.</span> Quando existe a possibilidade de um Xis de Coração com Bacon, geralmente não hesito.<br /><br />5- <span style="font-weight: bold;">Quatro Queijos é para mulheres.</span> O ingrediente predominante no Xis deve ser a carne, e o queijo mero coadjuvante em conjunto com o ovo. E, afinal de contas, só as gurias gostariam de trocar 50g de bacon por 50g de leite coalhado que tem a fama de nos impedir de cagar.<br /><br />6- <span style="font-weight: bold;">Vegetarianos não devem ler este blog.</span> Simplesmente porque eu não quero.<br /><br />7- <span style="font-weight: bold;">Fome não é o melhor tempero.</span> Esta função está reservada para a maionese.<br /><br />8- <span style="font-weight: bold;">Minto pra caralho. </span>Licença poética, meu caro.<br /><br />Bom, se o caro leitor levar estes poucos preceitos em conta quando prosseguir à leitura do blog, não se arrependerá. No mais, deixo outras notas de rodapé para os posts que seguem, bem como as batatas fritas.<br /><br />O próximo post destinar-se-á a algumas diretrizes sobre o Xis ideal e alguns preceitos de culinária cidadebaixense. Por isso, começarei a divulgar este blog a partir do terceiro post, no qual a crítica gastronômica <span style="font-style: italic;"><span style="font-style: italic;">a priori</span></span> tomará início.Guilherme-Flocohttp://www.blogger.com/profile/09312872736412387263noreply@blogger.com1